15.12.10

cada maluco com sua mania

gosto de falar sozinho.



<< toda contradição é apenas aparente >>

13.12.10

Soldati y el 10 de diciembre.

Imprescindible: Politica del exilio, de Giorgio Agamben.
dwnld

*

Y hoy en la clase Mónica nos pregunta a todos, juro que textual: "yo no entiendo porqué la policía en vez de estar defendiendo a la gente se dedica a perseguir y matar a sus hermanos".
texto completo

*

Esas banderas argentinas que sacaron algunos vecinos de Soldati a la luz de las cámaras de la televisión y al grito de “fuera los extranjeros” reflotan la Argentina que da vergüenza. La que cae y cae y cae en la trampa. Esos vecinos creen que sus problemas se deben a la inmigración latinoamericana, y no a un gobierno tilingo que conduce un hombre que estuvo a punto de morirse ahogado con el bigote del disfraz de Freddy Mercury, y que miente a lo largo y lo ancho de sus días.
texto completo

consumido/consumado

conjugação (I)
eu jogo
tu jogas

conjuga(l)ção
nós jogamos

11.12.10

vaca profana

O engano de Rosa

viver não é muito perigoso. viver é violento mesmo. os pássaros cantando há 30 minutos na minha janela me arrancam da cama, acabam com meu sono, e não sei qual é o problema deles, só podem estar com fome ou com medo porque uma luz vem chegando no horizonte rasgando a escuridão da noite. eles me desesperam mais do que o barulho da moto que sobe a rua em alta velocidade seguida pelo barulho de uma sirene – parece a polícia – enquanto a lotação desce a rua carregando um monte de gente que se vê obrigada a levantar ainda de madrugada ou vai trabalhar com fome mas o sono é certo que continuarão sentindo, cochilando, babando. ou o pão nosso de cada dia saindo do forno rasgado pela faca que corta um naco de manteiga incapaz de resistir ao calor e escorre pelos miolos do pão rasgado agora por meus dentes. perigoso, que nada, violento mesmo. violento ver as palavras surgindo como fogos de artifício disparados pelo vapor no complexo do alemão, palavras que não me deixam, que não me largam, palavras que rasgam o papel manteiga e mesmo assim não me dou por satisfeito porque enquanto finjo que risco o papel, agora tela do computador, é, computador, que vejo que as palavras não perdoam porque ferem minhas próprias possibilidades de viver em paz, não sossegam, não me dão sossego, mesmo sabendo que o que escrevo está mesmo uma merda, mesmo quando vai batendo um desespero não me deixam parar até que lhes obrigo a silenciar porque já descobri que bastaria dizer do engano de Rosa, que viver não é muito perigoso, que viver é violento mesmo.

8.12.10

oceanos olhos

coisas de fim de semestre:
- bater escanteio e correr pra cabecear
- brigar com o sono quando não se quer brigar
- lembrar do Natal da época em que Papai Noel existia e brigar com o sono era uma maravilha, e que aquele tempo não volta mais, e perceber que parte do que ficou dele está submerso atrás dos óculos escuros que refletem o trânsito enquanto corro pra cabecear depois de ter batido o escanteio.

deve ser a voz de Elis, a "pimentinha", ecoando junto com essas ondas de memória.

5.12.10

zona de convergência do atlântico sul

a chuva não dá trégua nesta tarde,
mas parece que a culpa não é dela.

Segundo a Folha...
As chuvas que atingem a cidade são decorrentes
de áreas de instabilidade provocadas com a entrada
da brisa marítima e com a aproximação de uma frente fria.

ok.

4.12.10

verticilo floral externo, formado por sépalas

lançou as palavras esperando livrar-se delas
precipitou o fim do romance por não poder
mas com aqueles personagens já não era mais
)mais com aqueles personagens já não era mas(
questão de tratores ou ordem de fatores
menores infratores ou espiões russos
festas de rodeio aos pés da montanha
impossível dominar aquelas palavras
personagens que não existem
foram mais fortes que as penas
ganharam contornos improváveis
peões uma vez lançados ao chão
dinâmica própria irrompeu
construiu um final à revelia
que o autor interrompeu
por não querer o final que se avizinha
porque se personagens
sons imaginários
queria escolher outra música
negar-lhes a trama da mística
correu às traquitanas
trocou os cascos dos cavalos
mas outro final continua galopando pelas páginas do livro imaginado

2.12.10

gran circo espacial

se había anunciado como atracción de aquella noche
el nacimiento del hijo de Don Pepe, el adiestrador.
silencio, llanto, y la inevitable cuestión:
entonces, doctor? es varón?
el doctor ya no se aguantaba
no, Don Pepe... es un cabrón!

la platea se vino abajo,
hasta las pulgas se rieron...

1.12.10

o que sobrou do céu

o que resta desse dia
é uma voz que não me resta
porque não é minha esta voz

o que resta desse dia
são olhos que me miram
e, no entanto, não me veem

sem nome, sem telefone, sem endereço
o que resta desse dia são risos
que não reconheço

é física. quântica.

porque o continuum espaço-tempo
transcende a geografia que separa
1000 milhas, 800 kilometros
toda essa distância ao quadrado
nada pode impedir o fluir do tempo
...

Alterar a geometria do espaço
jamais abolirá o acaso.
...

Atualmente, temos a percepção de que o tempo passa cada vez mais rápido. Essa percepção tem a ver com o continuum?
Gleiser: Essa percepção é somente psicológica. Mais do que nunca, estamos sendo bombardeados por informações, o que dá a impressão de que as coisas estão acontecendo mais rápido, já que o cérebro tem de processar de forma mais rápida essas informações. Nosso cérebro está processando muito mais inputs do que antigamente. Então, temos a impressão de que o tempo está passando mais rápido. Mas, em termos físicos, a Terra continua girando a cada 24 horas!
...
Em termos psicológicos, gostaria que fosse hora de jantar.

Em termos físicos, tenho aproximadamente 14 horas para terminar 3 trabalhos.

27.11.10

26.11.10

dois momentos

.

inside



..

outside

20.11.10

5a. Mostra Cinema e Direitos Humanos

Aqui em São Paulo a mostra começou ontem.
Para conferir a programação, passa no site.


19.11.10

que horas são?

pensando bem, não importa saber a hora. afinal, é novamente o tempo delas...

Praça do Relógio - USP
ph. zeh

18.11.10

tempos de dificuldade com o afeto

subjetivo, condicional, futuro do pretérito.

*

Miró, mas não viu
ficou apenas a marca
uma espécie de tatoo
não houve crime algum
mas ninguém nos ouve
a condenação é a mesma
fios de cabelo presos
por grampos na retina
e flores púpuras
marcando páginas
rasgando a pele
céu e inferno latentes
no toque iminente do afeto.

17.11.10

seria geografia?

não, não é isso! nem aquilo!
no fim dos contos saiu tudo alterado.
era apenas um ensaio, uma espécie de.
acho que você não entendeu nada do que eu.
porque era justamente através daquela parede concreta
que a ilha se expandiu com muita folga e não
deixou espaço para dupla interpretação,
cada ator com seu canto lado a lado,
afinal, era tudo outras coisas.

16.11.10

física? química?

se despertó intentando convencerme de que la realidad no atraviesa la luz y que la nada es más importante que el vacío pues el aporte de residuos metabólicos del organismo no explica si vienes o si vas a Mérida el próximo verano, sino que demuestra cuántico cuesta a las montañas se recortar en el firmamento cuando lo que solo se escucha es un suspiro de saussure en los vientos que cruzan las extremaduras de Yucatán.

15.11.10

o melhor do show

o som estava muito bom, norah jones foi muito simpática, falou bem algumas palavras em português, a voz tão boa, e tal, mas o melhor do show está mesmo é aqui. afinal, nem tudo vale a pena quando a alma não é pequena. agora, se a companhia for boa...

14.11.10

norah jones

É hoje! É de graça!
É no Parque da Independência às 16h.
Abertura dos portões às 14h, com
acesso pela Rua dos Patriotas.

13.11.10

portrait of the artist as a child


Robert Louis Stevenson, according to Wikipedia.



































It was impossible to open it today, but you should try this link:
http://www.robert-louis-stevenson.org/early-years-one

12.11.10

propaganda gratuita

errata: o show será no dia 20/11.
para colocar o nome na lista, clica!

11.11.10

daquela aula de literatura

*elementos ligados à autoimagem de André (cap.7),
  elementos agora (cap.29) atribuídos a Ana.

possibilidades: projeção ou simbiose.
vocabulário como declaração de amor.

criar esse efeito de espelhamento é uma forma de dizer,
fora da convenção romântica, fora da convenção realista,
é uma forma de dizer "eu te amo".

...

É. Pode ser.

9.11.10

lírica onírica

o relógio atrasou já
não adianta tentar
ressuscitar as flores
mortas apesar da primavera

plataforma vazia
na estação Florida

retardaram os ponteiros
para tentar chegar antes
a engrenagem quebrada
devastou todas as flores

plataforma vazia
na estação Florida

tentaram repetir versos
recuperar velhas rimas
e caíram no vão
que havia entre o trem e aquela

plataforma vazia
na estação Florida

|     _
|     _
|     _
|     _


na estação Florida.

7.11.10

10 times world champion!

this guy deserves it! congratulations, slater!

6.11.10

conflitos d'além-mar e adjacências

coisas que aconteceram do outro lado do oceano:

em abril de 2009 teve lugar a peleja entre
Viana, Braga e Xica Cagazeitona. Confira:
http://educar.wordpress.com/2009/04/08/peticao-pela-responsabilizacao-parental/

e no último dia 04, ali na França...
Serra também comentou as ações brasileiras na política externa. Ele acusou o país de se "unir a ditaduras como o Irã". Nesse momento, o tucano foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que gritou "por que não te calas?", provocando um alvoroço na sala.

Francamente! O sujeito se deu o trabalho de atravessar o oceano pra isso?!!!

(perplex)cidade

Havia algo de errado naquela Igreja, havia algo de errado naqueles postes.
Capaz que tenha sido efeito do sol, era um dia quente demais para inverno.
A construção transformou-se em mausoléu e havia sangue nos postes que viraram cruzes.
Insustentável leveza de ser cidadão "quem?" circulando entre vagas de calor metropolitano.

 

5.11.10

4.11.10

Rapadura é doce, mas...

Infelizmente há quem pense assim.
Infelizmente.
Há quem pense?

http://www.blogcidadania.com.br/2010/11/em-manifesto-jovens-paulistas-criticam-migracao/

O que você vai dizer?
Seja o que Deus quiser???

3.11.10

Phoebis philea


from oregonstate.edu



Family: Whites and Sulphurs (Pieridae)

Subfamily: Sulphurs (Coliadinae)

Identification: Upperside of male bright yellow-orange; forewing has red-orange bar and hindwing has red-orange outer margin. The two forms of the female, one off-white and the other yellow-orange, are much larger than the male. Both have upperside of forewing with solid black cell spot and a submarginal row of broken, angled black smudges. Outer half of hindwing of yellow form is red-orange.

Life history: Swift, high fliers.

Wing span: 2 3/4 - 4 inches (7 - 10.2 cm).

Adult food: Nectar from many different flowers.

Habitat: Open lowland sites such as gardens, forest edges, parks.

(from http://www.butterfliesandmoths.org/species?l=1440)




"Is that you, John Wayne? Is this me?"



Andy Irons (1978-2010)

28.10.10

receitinha à toa

preparando madeleine
fonte: receitas.

Ingredientes
3 ovos
150 g de açúcar cristal
150 g de farinha de trigo
15 g de fermento em pó
35 g de cacau em pó
100 g de mateiga derretida
30 ml de leite

Modo de Preparo
1- Numa vasilha, bata os ovos com um batedor de arame
2- Junte açúcar e misture
3- Adicione a farinha, o fermento, o cacau, e mexa até formar uma massa
4- Adicione a manteiga derretida e ainda morna
5- Misture mais um poucoe acrescente o leite
6- Miture até formar uma massa homogênea
7- Com um saco de confeiteiro, (bico liso) distribua a massa em forminhas
8- Deixe descansar por 20 minutos
9- Asse em forno médio/alto pré aquecido por 15 minutos


Deixe esfriar um pouco. Coma depois de ler.


bailaremos Babilônia
ao som de S. Bach
sem medo bailaremos
até a Chaconne
te hipnotizar
desabarás em meus braços
antes, depois que
o amor acabar
só nós dois vamos
testemunhar

saberás o verso
além de todos os limites
além de ti, além de mim
e de tudo o mais que existe
arrancaremos o véu
que nos cobriu
quando crianças
teremos amor em abundância

bailarão os lábios
manterão acesa a chama
iremos ao chão para
então voltar à cama
e a cumplicidade será
nossa proteção
sempre que eu tocar
seu violão.

(arrastão de Bach, Bandeira, e Maria Braga)

18.10.10

para aguantar una semana más...

depois daquele debate chato, fraco, sem novidades,
e diante desta segunda-feira de trânsito, chuvosa...
só mesmo um quadrinho do miguel rep, hehehe!!!

14.10.10

ver o peixe

Deformação foi a palavra que encontrei para o que passou no restaurante universitário. Receio que não é, ainda, a melhor palavra. Em todo caso, foi assim que está acontecendo. Não é muito diferente do que acontece todos os dias. Acontece que parei para olhar. Foi no restaurante central. Serviam peixe. Multiplicaram o peixe. Não consegui entender como conseguiram tanto peixe. Carne branca por todos os lados. Todos mastigavam aquela carne branca. Eu mastigava. Olhava ao redor e via centenas de palavras voando por todos os lados. As vozes em desarmonia formavam um zumbido que já não sabia se eram vozes ou as moscas no teto. Estávamos cobertos por um teto de moscas. Não pude entender sua presença. O peixe tinha um cheiro bom. Demais. Tudo ficou demais. A cada bocado que eu mastigava era irresistível o impulso de olhar em volta. E as pessoas, a carne branca, as moscas, a mastigação e as palavras eram o inverso de um mantra, eram um mantra invertido. Obsessivo. O rapaz à minha esquerda levava um bocado à boca e ficava mastigando e olhando a comida no prato e mastigando e parecia contar quantas vezes mastigava aquele bocado. Outro bocado e mastigando e olhando a comida no prato e mastigando e contando quantas vezes mastigava outro bocado. Não deve ter conseguido terminar de comer. Como não consegui digerir o que acabei de ver. O rapaz à minha direita é canhoto. Leva a comida à boca e coça a mão direita enquanto mastiga. Para de coçar, pega outro bocado, volta a coçar a mão direita e não sei como não se feriu ainda. Eu mastigava olhando em volta e parava para olhar a comida e mastigava olhando em volta e este coçava a mão direita e aquele contava quantas vezes mastigava olhando para a comida no prato. Acabei de comer e respirei fundo, suspirei com alívio e vários vaga-lumes haviam substituído as moscas. Eram coloridos, não me pergunte como, eram coloridos. Preciso sair daqui. Preciso sair daqui, preciso sair daqui. Caminhei saciado e ansioso para o pátio, respirar, respirar, respirar. Sempre encontrei dois ou três cachorros na saída do restaurante. Dia estranho. Os cachorros deram lugar aos gatos. Vários. Pude contar trinta e quatro gatos. Percebi que havia alguns nos galhos das árvores. Nessa hora eu penso que seria um bom momento para uma daquelas frases brilhantes que tornam determinados textos inesquecíveis – ou que salvam textos horríveis como este. Nenhuma frase brilhante veio à mente. Nenhuma palavra redentora. Nada. Tentei escapar das palavras, mas não foi possível. Elas me seguiram até o banheiro. Era simples, era uma questão de higiene. Queria apenas escovar os dentes. Nenhuma palavra se dispôs a salvar minha pele. Tinha um cara escovando os dentes. Parecia que estava terminando, como esse texto. Deixei minha mochila no balcão, mijei, lavei as mãos e o cara escovava os dentes. Era obsessivo. Olhava os dentes no espelho, escovava um pouco, lavava a boca, voltava a olhar através do espelho. Peguei minha escova, um pouco de creme dental, comecei a escovar meus dentes e de repente ele lavou a boca, parecia que ia embora. Pegou mais creme dental e recomeçou. Pensei, tudo bem, o cara só tá preocupado com os dentes. Não sei como não se machucava. De repente me vi acelerando a escovação, comecei a ficar preocupado. Ele parou, cuspiu, olhou os dentes, recomeçou a escovação. Terminei de escovar os dentes e nada se alterou. Saí do banheiro e o cara ficou lá olhando os dentes, lavando a boca, mais creme dental, escova escova escova, lava a boca, olha os dentes. Eles eram brilhantes. Eram brancos como as luzes da sala de estudo. Não sei o que aconteceu primeiro, se a tela do computador me hipnotizou, se foram as luzes da sala de estudo que se derramavam sobre as mesas vazias. As mesas vazias não me diziam nada, mas as palavras conversavam animadamente sobre elas. Algumas competiam para, quem sabe, aparecer mais vezes. Às vezes, um grito interrompia a conversação. Um ruído engasgado de espinha de peixe me trouxe de volta. O problema agora é controlar os dedos. O teclado é irresistível. Parece que estou olhando à minha volta. Parece que estou tocando um espelho.

11.10.10

da resistência

apesar dos carros apesar do frio apesar da morte
apesar dos pesares a pesar a vida a pesar por tudo

8.10.10

biblioteca - miguel rep

boneca russa

Pinacoteca de São Paulo - Janeiro/2010

Drummond é 10

"O problema não é inventar. É ser inventado
hora após hora e nunca ficar pronta
nossa edição convincente."

6.10.10

desenvolvimento insustentável

amante das descobertas
armazenava tudo na nuvem
que acabou ficando saturada

choveu tanto que alagou,
sujou, mofou, apodreceu

até que saiu o sol
aqueceu, evaporou,
e as gotas de memória
foram regar distantes jardins

5.10.10

run, run, run!

A correria de todo dia vai te pulverizar!

A paisagem já não causa impacto;
ao contrário, fica cada vez mais deteriorada,
parece que vai ficando gasta, desbotada.



















Confunde-nos em fração de segundos,
perde o pouco que sobrou de cor.



















E no fim do dia já não resta quase nada.
Não guardamos nem mesmo as ruínas em volta.
Fica um flash que se desvanecerá em sonho ou pesadelo.
Ou penas um negativo, retrato do que somos: fogo-fátuo.

4.10.10

choro violeta

"La muerte da bronca porque no puedes seguir amando"
Juan Gelman

3.10.10

hora de votar. hora de chorar?

Hoje os brasileiros decidimos em quem depositar um voto de confiança para que, em termos de política, algo seja feito para melhorar. Nunca antes nesse país nós precisamos tanto de seriedade, honestidade, coragem para garantir o cumprimento das leis que deveriam organizar a vida em sociedade a fim de que não se perca a oportunidade de dar ao povo o que é do povo e fazer com que o bom momento econômico seja mais do que um bom momento econômico. É verdade, ainda estamos aprendendo o que é democracia. É verdade, há muita gente que não pensa em política, não está interessada em política nem quer saber de política. Talvez seja apenas essa a explicação do fenômeno Tiririca. Muito já foi dito a respeito dessa candidatura. Uns acreditam que é uma forma de protesto votar no palhaço. Será também uma forma de protesto votar nas “celebridades” que se candidatam? E como explicar os votos recebidos pela candidata Cameron Brasil? Sim, a que diz “vote com prazer: 19... 69!”? Estarão seus eleitores seguindo o conselho de Marta Suplicy, o “relaxa e goza”? Quem sabe? A candidata Marina Silva realmente veio, mas não do jeito que imaginei. Estivesse no lugar da candidata Dilma, talvez – eu digo, talvez – não houvesse sequer a desconfiança de segundo turno para presidente. A história, no entanto, não é feita de hipóteses. E esse texto não era pra ser tão grande, pois não se pretendia grande – nem mesmo sério. (O começo parece até discurso de candidato). Quando me propus a escrita era apenas a fim de levantar outra questão: será que nos outros países há candidatos tão toscos quanto os que vemos por aqui em terras brasilis?

1.10.10

por lo menos, primavera.

por lo menos ha empezado la primavera
por lo que parece que hasta los postes
pueden dar flores

 























y las interdicciones se olvidan en el fondo del jardín




















aunque el trabajo nos despierte requetemprano


30.9.10

depende mucho


Así me decía el viejo Telmo, que nunca pudo creer en las promesas. La verdad es que no le importaba quienes las hacían, no podía creer en las promesas. Telmo decía que en la vida hay muchas posibilidades, pero que dos palabras son capaces de disminuir las dudas que uno pueda tener: el no y el . Sin embargo, el propio Telmo siempre estuvo toda su vida intentando quitarse las dudas. A todos contestaba que que depende, depende mucho de muchas cosas. Le encantaba cuidar del jardín, y era lo único de que no se olvidaba, la única duda que no le tocaba. Cuidaría siempre del jardín de su casa en primavera, verano, otoño, invierno y primavera. A mí siempre me encantaron las flores, por lo que me hice su aprendiz. Siempre estuve a la derecha de Zero, apodo que le dio su vecina por creer que Telmo no se movía, no salía nunca del lugar. Telmo me dijo una tarde que cuidara de todas las flores de la misma manera, con el mismo amor, el mismo cuidado. Le pregunté si era realmente posible hacerlo, y por primera vez lo escuché decir que sí. Cómo no lo creer? Pocas veces hubo tanta verdad en las palabras de Zero, a quien tuve que molestar con la pregunta: por qué este apodo? Pensó un rato y me dijo que alguna vez le había dicho que no a la vecina. No me animé a preguntarle cuál era el tema. Aprendí muchísimo sobre el comportamiento de los jardines y que hacer para que ofrecieran la más bellas flores. Estas no aceptan nunca el mismo amor, el mismo cuidado – lo que pude aprender solo. Creía, por lo que aprendí solo, cuidando de mi jardín, que podría distanciarme de Telmo – lo que de hecho ocurrió durante algún tiempo. Sin embargo, hoy, bajo la tierra del jardín que un día empezamos juntos, veo que el Zero sigue todavía, y seguirá por siempre, a mi izquierda.

29.9.10

uma coisa, outra coisa.

"Blogueiros todos nós somos,
o escritor está um passo adiante."
Vicente Pietroforte


É. Pode ser.

28.9.10

semi... o quê?

Sim, arrastão do arrastão de
Zeca Baleiro, Tom Zé e
Nelson Cavaquinho.

Tire o seu Peirce do caminho que
eu quero passar com Maingueneau...

24.9.10

de sonhos e legados

(violando Jamiroquai)

Take care, Space Cowboy!




(violando Exupery)

You're responsible, forever, for the hate you've cultivated.

19.9.10

i had a dream

it was a sunny american afternoon
e nós, cavalões, comendo...

17.9.10

on view

Nueva York (1613-1945).

begins Friday, September 17, 2010
ends Sunday, January 9, 2011

find more about
el museo here.

swoon

ou Violando Poe

I was sick ---- sick unto death with that long agony; and when they at length unbound me, and I was permitted to sit, I felt that my senses were leaving me. The sentence -- the dread sentence of death -- was the last of distinct accentuation which reached my ears.
Poe, The Pit and the Pendulum


That clock tick-tocking
doesn't let me sleep again,
doesn't let me live again.

We made love,
I felt her smell,
her lips' taste,
but something brought us back to grave
and we died happy forever.


15.9.10

Say 44

Woke up at 4am as it was 9am. Some people use to call her Anxiety. He was afraid about her 'cause she would probably call it Anagram. Never thought about Angioma. Unable to get closer, to face the problem, he tried several times to be rid of it, but the only thing he could do was writing an Axiom. Obviously, it didn't help him 'cause he left it ridden. Went downstairs as thirsty as when he visited the Vosges mountains, trying to find Saar river. Never thought about the desert inside him. The only thing he could trust: he was thirsty. Why can't I feel my left arm? He should know it was because of the exercises at the gym. The living was as dark as quiet and he just stood there, looking around, drinking a glass of water, thinking about his life, asking himself if it was worth living for. Half past four. His glasses went down, the wet floor supported his weight for a few hours as the bottle found the sea, but he wasn't asking for help. Almost 9am, and the fourth time his heart stopped was for good.

13.9.10

oracle

6 days to washington d.c.
hurricane Igor intesifies, according to cnn
"Some fluctuation in intensity is likely during the next 48 hours,
and Igor could become a Category 5 hurricane today," forecasters said.
fortunately the arrival will be in a sunny day
unfortunately my candy won't be there
asked an oracle what kind of weakness
overflows the petals of this stormy soul
but there was no objective answer:
just think about a person or thing that
one is unable to resist or likes excessively:
you're his one weakness — he should never have met you

7.9.10

sete de setembro

EL CAMINANTE. Quien desee, aunque sólo sea en cierta medida, alcanzar la libertad de la razón no puede sentirse en la tierra nada más que un caminante, que ni siquiera se dirige a un destino último, pues no hay tal destino último. Quiere ver, y para eso observa con detenimiento todo lo que ocurre en el mundo; por eso no debe detenerse en detalle alguno, pues debe haber en él algo de caminante complacido con lo mutable y perecedero. Claro que ese hombre conocerá noches de pesadilla, en que se sentirá cansado y encontrará cerradas las puertas de la ciudad que debía ofrecerle descanso; además, quizá el desierto, como en Oriente, llegue hasta las mismas puertas, y a más o menos distancia aúllen las fieras, se levante un fuerte viento y unos ladrones le roben sus animales de tiro. Igual entonces la noche pavorosa descienda, como segundo desierto sobre el desierto, y el corazón del hombre se sienta cansado de caminar. Cuando sale el sol, ardiente como divinidad iracunda, y la ciudad le abre sus puertas, quizá él perciba en los rostros de sus habitantes aún más desierto, inmundicia, engaño e inseguridad que fuera de sus muros, resultándole el día aún peor que la noche. Así le puede suceder a veces al caminante; pero, en compensación, se le brindan las inefables mañanas de otros parajes y días, en que, al rayar el alba, ve a las cohortes de musas pasar bailando cerca de él en la niebla de la montaña y después, en momentos en que apaciblemente, al sereno compás del alma matinal, deambula bajo los árboles, desde sus copas y frondas se le arrojan cosas buenas y claras, los obsequios de todos los espíritus libres que están en la sierra, en el bosque y en la soledad y que, al igual de él, a su manera, ya alegres o pensativos, son caminantes y filósofos. Nacidos de los misterios de la mañana, meditan sobre cómo el día, entre las campanadas de las diez y doce, pueda exhibir un rostro tan puro, tan entrañablemente luminoso, tan transfigurado y sereno: buscan la filosofía de las horas que preceden al mediodía.

Nietzsche. Humano, demasiado humano.

6.9.10

eleições 2010: se eleito, prometo...

“Tomemos um enunciado do cotidiano como 'eu prometo que vou a sua casa'. Aqui parece se poder dizer que a promessa é do eu dado como origem da promessa, distinto do eu de vou, aquele que deverá cumprir a promessa. Ao contrário disso diria que neste caso a expressão da primeira pessoa em prometo é só a marca da representação da origem, marca que representa seu presente como o tempo do dizer. Ou seja, este eu é a representação de que não há lugar social no dizer. É, de um lado, a marca do desconhecimento do Locutor a propósito do lugar do qual fala: de amigo, de pai, de filho, de vendedor etc. Ou seja, de que lugar pode prometer algo a alguém? Em outras palavras, o eu do Locutor é o eu que não sabe que fala em uma cena enunciativa. É assim um eu que desconhece que fala de algum lugar. A tal ponto que se toma como a pessoa, meramente como tal, que deverá cumprir sua própria promessa. Aqui o lugar de Locutor se representa como lugar de dizer simplesmente.”

Guimarães, Eduardo. Semântica do acontecimento: um estudo enunciativo da designação.

5.9.10

mais do Outro. mesmo.

obra de Darcy Penteado em exposição no MASP.

4.9.10

é assim mesmo

sujeitos e seus deslocamentos atravessando os dias. não era pra ser assim,
mas a respiração dela me deixou tão impressionado quanto pensar um nome raro.
foi de repente que surgiu na minha frente e preencheu todo o meu campo visual,
tampou meus ouvidos e amarrou meus lábios.

LAMARTINE BABO

Não sei dizer o motivo, talvez as marchinhas tenham se misturado
com o desfile de tropas que se avizinha. 7 de setembro. Independentes? Sei lá.
A chuva também virá, se correr tudo dentro do previsto; Ele, não sabemos.

DEUS
Mesmo para os descrentes há a pergunta duvidosa: e depois da morte? Mesmo para os descrentes há o instante de desespero: que Deus me ajude. Neste mesmo instante estou pedindo que Deus me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a força humana. E estou precisando de minha própria força. Sou forte mas também destrutiva. Autodestrutiva. E quem é autodestrutivo também destrói os outros. Estou ferindo muita gente. E Deus tem que vir a mim, já que eu não tenho ido a Ele. Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Ou talvez os que menos merecem precisem mais. Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca foi de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais.

Se pudesse te dizia alguma coisa, Clarice. Do mesmo jeito que você um dia quis dizer ao Chico, lembra? “Ah, como eu gostaria de dizer-lhe alguma coisa – o quê? – que diminuísse a sua tristeza.”

(devaneios mais citações de Clarice, A descoberta do mundo.)

31.8.10

outra frase

eu sou
uma frase defeito
ponto

30.8.10

fantasmas III

J. Pinto Fernandes passou apressado pelos passageiros que sabia que o conheciam achando que sua rapidez lhe permitiria passar batido, mas o choque inesperado entre carro e moto bem na frente do coletivo revelou o que estava escondido. Aquelas conexões eram investigadas desde o início de março do ano passado, os indícios apontavam. Ele achou que passando apressado passaria batido, mas essas coisas são dissimiles. Os passageiros não esperavam vê-lo, mas acharam relevante sua tentativa de passar batido. Aquela investigação seguia em segredo de justiça, mas o choque não passou batido. A revelação do escondido passava pela violação da declaração universal dos direitos humanos. Ninguém disse que a vida é justa, mas deixá-lo de saia foi foda. Assassinaram sua honra depois acenderam a última ponta. O que sobrou do seu corpo foi jogado no mar do elevado do Joá. Não há notícias de testemunhas, apesar de estarmos certos de que várias passavam por ali na hora da desova. Um sítio foi apontado como local do crime, mas não foram encontradas quaisquer pistas. Segundo o caseiro não havia cães. Os dois porcos que tinham recebido seus cuidados teriam sido esquartejados para a feijoada oferecida na semana passada. A única diferença na rotina do caseiro era a presença de fantasmas: ele disse que lança pérolas aos seus fantasmas desde que os porcos foram esquartejados.

fantasmas II

Hace un rato me despertó el teléfono:

- Alô?
- Senior Sé?
- Quem é?
- Sabato, Ernesto Sabato.
- Cómo es?
- Hijo, por qué me mataste?
- Quién habla?
- Yo, Er-nes-to Sa-ba-to!
- Pues, como podría haberle matado, señor, si a mi me habla usted?
- Ay... dónde andará el respeto en estos días?
- Un momento, señor. Cuál es el problema?
- Bueno, dijiste que has visto mi fantasma, no es cierto?
- Sí, perfecto.
- Cómo podrías hacerlo si estoy vivo?
- Pero, qué pregunta! Quién sos?
- Ya te lo dije. Qué te pasa?
- Qué me pasa? Alguien me llama retemprano justo en el único día que puedo dormir un poco más en esta semana de mierda y encima quiere saber qué es lo que me pasa a mí!!! Peor: dice que es alguien que seguramente no es!
- Cómo sabés?
- No sos Sabato, tampoco escritor. Si fueras por lo menos un escritor estarías acostumbrado o, como mínimo, sabrías que los escritores tienen sus fantasmas, y que estos fantasmas están por todas partes, y que cuando se mueren los escritores sus fantasmas se multiplican. Además, sabrías que los fantasmas de los escritores son invención de los propios escritores, no existen en otra parte sino en sus cabezas.
- Así que estás hablando por teléfono con un fantasma que no existe sino en tu imaginación?
- Por supuesto!
- Y por qué estás enojado? Por qué simplemente no cuelgas el teléfono?
- Por que ni siempre es cómodo estar solo en el abismo, hijo mío.

29.8.10

fantasmas

lo vi a ernesto en el pasillo.
agarró un libro, se puso a hojearlo
después me miró y me dijo
lee esto:

          LA COMUNICACIÓN MEDIANTE EL ARTE. Dice Berdiaeff que el yo se esfuerza en romper la soledad mediante varios intentos: el conocimiento, el sexo, el amor, la amistad, la vida social, el arte. Y agrega aunque es cierto que la soledad se atenúa, ninguno de esos medios es capaz de vencerla definitivamente; porque todos conducen a la objetivación, y el yo no puede alcanzar el otro o, sino en un acto de comunicación interior. Sólo encuentra, al término de cada uno de esos caminos el implacable objecto, la sociedad objetivada.
          En lo que se refiere al arte no me parece acertado: el Tú (contemplador) alcanza al Yo (artista) a través del objeto artístico, no en el objeto artístico. Como lector de Rojo y negro yo ingreso en la intimidad misma de Stendhal, y él ingresa en la mía como creador. Tal vez podría decirse algo semejante del amor, considerando un amor como un objeto artístico. En ese caso, la “cristalización” stendhaliana sería la formación de ese objeto.

ya no estava ernesto.
me llamó la atención lo que
leí en sus palabras preliminares:

En cualquier caso, el que leyere puede tener la certeza de que no está frente a gratuitas o ingeniosas ideas o doctrinas, sino frente a cavilaciones de un escritor que encontró su vocación duramente, a través de ásperas dificultades y peligrosas tentaciones, debiendo elegir su camino entre otros que se le ofrecían en una encrucijada, tal como en ciertos relatos infantiles, sabiendo que uno y sólo uno conducía a la princesa encantada.

quise preguntarle una docena de cosas
entender por qué había venido
pero ya había desaparecido
el fantasma de ernesto.

después le contesto.

28.8.10

azar

ou un coup de dés...

não está fora de foco, você é que bebeu demais...



nem baralho, nem realejo: apenas uma página.

divulgação

27.8.10

gravitacional

a lua cheia de si
ou de mim
cheia de tudo
vem bater à porta
aberta ao universo
presa de seu brilho
inverteu elementos
mais clara que o sol
decifra os maiores enigmas
perde se perdido o espelho.
segue a dança dos corpos celestes.

25.8.10

(des)construção

é claro que esmeralda poderia não valer nada, poderia disfarçar sua fragilidade com uma agressividade que nada teria a ver com sua personalidade, poderia levar uma vida promíscua, desperdiçar todas as oportunidades que a vida lhe desse (ou não), ter mãe dedicada e pai amoroso (ambos decepcionados), trair seguidamente o marido e não prestar qualquer assistência à sua filha pequena. e é claro que esmeralda, pelo comportamento que sempre teve, poderia ter sido recompensada aos olhos dos leitores com a tora de madeira na cabeça, ao que diriam: "bem feito! merecia morrer mesmo!"
é claro que esmeralda poderia valer alguma coisa sem tocar quaisquer extremos. ela poderia ter sido violentada pelo pai, abandonada pela mãe, raptada pelo vizinho, ter fugido com um bandido, a morte poderia, talvez, ser merecida mesmo. que importa? amor, ódio ou indiferença seriam apenas formas de encarar as diversas formas de falar de uma vida que já não é, de uma vida à qual não se atribuiu qualquer valor. mas, é claro, nada disso precisava ser dito.

24.8.10

quadrilha

Foi o fio da camisa que o denunciou. Displicente na hora errada, devolveu à biblioteca o livro que seria apenas mais um livro entre tantos. Édipo Rei fica no chinelo diante do tecido enfim revelado quando Genésio, leitor de Borges, folheava, quem diria, um volume de Carlos Drummond de Andrade. A quadrilha estava formada havia tempo, mas J. Pinto Fernandes entrou na história. Investigador aposentado, conheceu Genésio durante um evento que reunia usuários de internet de todo o mundo. Era pra ser apenas mais um evento desses que reúnem usuários de internet de todo o mundo. O que esqueceram de avisar para a Lili foi que nenhum evento que reúne usuários de internet de todo o mundo é “apenas mais um evento". Mas Lili foi ao evento com Raimundo, o que formaria apenas mais uma rima se não solucionasse o caso. Maria de fato amava Joaquim, mas ninguém tinha imaginado que João fingiu gostar da Teresa apenas porque desejava fugir da Lili. Aquele crime interrompeu a feira e, meses mais tarde, Genésio tinha diante de si o fio da camisa que desenrolaria toda a trama. Genésio guardou o fio da camisa como quem guarda um fio de cabelo. J. Pinto Fernandes desconfiou que Genésio sabia quem tinha cometido aquele crime, mas só teve certeza quando lhe pediu que dividisse com ele o fone de ouvido. Estavam apaixonados. Caminham juntos pela praça quando acorda Teresa. Não foi o fio do lençol. Foi o fio da camisa que o denunciou.

21.8.10

phyllostachys aurea

Esparrela
Ululante

Embalado
Nebuloso
Vento
Este
Renitente
Geme
Obtuso

Move
Andaluz
Sineta

Narcose
Adocicada
Obsessão

Quando
Uivo
Embriagado
Balizo
Raias
Obscuras

20.8.10

outra música na cabeça

acordei uma vez mais com
outra música na cabeça.
deve ser algum efeito colateral.
acordar cedo a semana inteira
não deve fazer muito bem mesmo...
mas, como diz o refrão, it could be worse.

16.8.10

Construção

Esmeralda era uma mulher de valor, mas extremamente sensível. Isso não a fez menos batalhadora. Filha do pobre casal Vânia e Berilo, esteve durante muitos anos alimentando a esperança dos pais em conseguir uma vida melhor. Eles trabalharam todos os dias para que ela pudesse estudar, ter uma vida digna. Queriam que Esmeralda chegasse a “ser alguém”. Ela fez o que pôde. Estudou muito, trabalhava desde os 14 anos sem prejudicar os estudos, gostava muito de ler. Decidiu que estudaria Direito. Não conseguiu vaga na universidade pública; viu-se obrigada a deixar metade de seu salário todos os meses na conta de uma universidade privada. Esmeralda era a melhor aluna da classe. Conseguiu uma vaga de gari muito antes de conquistar o diploma. Sim, conseguiu se formar no ano passado. Estudava para o concurso da Ordem dos Advogados do Brasil. Seu objetivo era ser promotora. Por pouco Esmeralda conseguia ser alguém. Ela foi apenas uma promessa. Esmeralda virou estatística. Esmeralda, infelizmente, é apenas o nome que escolhi para o ser humano chamado “uma gari” pela peça jornalística.


(reprodução da página consultada em 16/08/2010 às 17h45)

16/08/2010 - 11h53
Madeira que caiu de caminhão na marginal Tietê, em SP, atingiu garis que limpavam via.

A marginal Tietê permanece parcialmente interditada após o tombamento de um caminhão que transportava toras de madeira na altura da ponte da Vila Guilherme, na via expressa, no sentido Ayrton Senna, em São Paulo, na manhã desta segunda-feira. Uma gari morreu e outro ficou ferido, segundo os bombeiros.

Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o caminhão tombou por volta das 8h40. Os bombeiros informaram que a carga atingiu os funcionários que trabalhavam na limpeza do canteiro central. O ferido teve escoriações e foi socorrido no pronto-socorro da Vila Maria. Duas faixas da esquerda ficaram bloqueadas mais cedo, mas uma delas já foi liberada. Para o desbloqueio total da via, a CET aguarda a realização da perícia. Existe lentidão nas proximidades.

Por volta das 11h50, a CET registrava 27 km de congestionamento, o que representa 3,1% dos 868 km de vias monitoradas em toda a cidade --índice dentro da média para o horário.

A marginal Tietê era a pior via, mas a lentidão era no sentido Castello Branco, contrário ao acidente. Havia 2,3 km de filas na via expressa, do Hospital Vila Maria até a ponte Jânio Quadros.

Outras vias com tráfego lento eram a avenida Cruzeiro do Sul, marginal Pinheiros e avenida do Estado.