31.8.11

(des)encuentro

offline

suddenly stack at the station
know not what's this all about
as trains, words, raining mirrors
as another white hair sprouts

wake up in the morning
with no old beatle song

just one more flower
among so many flowers

that sprout

29.8.11

rolling stones

nada de pneumotórax
tampouco tango argentino
pois dadas as circunstâncias
par de olhos que condenam
não vê outra alternativa
...

está relendo O mito de Sísifo.

.


tira incidental:

atualizado às 5:44

22.8.11

1, 2, 3, 4...


um feliz reencontro com o violão
dois sorrisos para a mesma face
três pontinhos suspensivos
quatro quase para sempre

and i like it

21.8.11

balé metropolitano


foi apenas um lindo simulacro de balé. as luzes artificiais da estação eram cortinas abertas depois do túnel iluminando o cenário. uma pequena sacudida porque o condutor começou a reduzir a velocidade um pouco depois do ponto ideal e passaria da estação se não aquela sacudida. as portas deram passagem ao rapaz que desembarcou, uma moça entrou tranquilamente, a mulher que estava no assento à minha esquerda passou para o da direita, a moça sentou-se tranquilamente num dos assentos reservados para idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e portadores de deficiência. em perfeita sincronia, um senhor levantou-se de um desses assentos reservados para idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e portadores de deficiência e ficou parado diante da porta aberta. esta se fechou, mas a composição permaneceu na estação por longos trinta segundos, fazendo com que ele senhor se sentasse outra vez no assento reservado para, quando dentro da minha mochila algo de agitação. acho que a secretária querendo corrigir tudo isso, ou cronópios brincando com duas garoupas que guardava na carteira.

17.8.11

si quieres saber...

si quieres saber el significado de patrimonio, consulta un diccionario.
ahora, si quieres leer un relato buenísimo sobre la búsqueda
por el significado de patrimonio, consulta Mi voz, mi palabra.

15.8.11

agora não dá mais...

igual a tudo na vida. igual à vida:

uma ampulheta virada sobre um velho lugar comum.

e pode tentar de tudo, faz mandinga, reza brava, faz promessa.

de nada adianta a tal reherche du temps perdu. perdeu, perdeu.

afinal, não tem muito mistério - muito menos novidade -

nessa vida: ela segue a mesma boa e velha viagem

com passagem só de ida. guarde bem.



guarde até que o último grão de memória.

10.8.11

salomé

só lamento que o nome não corresponda pelo menos à sombra do que há de melhor no seu oposto que sinceramente escreveria vários salmos cânticos mas nada que valha mais que muitas letras que compuseram animado mosaico de som luzes américas e não cabem nesta rumi que carregas na bandeja deste dia que começou qualquer coisa que termina outras palavras ou qualquer coisa da maior importância se a tua presença samba e amor de madrugada e finalmente durme negrita que jorge te cuida o sono mas outras palavras vera gata geme lua estrela sim rapte-me camaleoa mas não teve jeito fiquei nu com a minha música.

9.8.11

El deseo

Por Ortega y Gasset

Escojamos un ejemplo entre mil, perteneciente a nuestra vida de voluntad. En la conversación solemos usar, como equivalentes, las ideas de querer y desear. La observación psicológica muestra, sin embargo, que una y otra se refieren a fenómenos psíquicos muy distintos. Querer es querer la realidad de algo, y, por tanto, querer los medios que lo realizan. En última sustancia, es siempre un querer "hacer" algo. Desear, en cambio, es lo que solemos expresar con más rigor cuando hablamos de un "mero deseo". El deseo, en sentido estricto, implica el darse cuenta de que lo deseado es relativo o absolutamente imposible.

6.8.11

A língua absolvida

volta às aulas com Elias Canetti


A multiplicidade dos professores era surpreendente; é a primeira diversidade de que se é consciente na vida. Que eles ficassem por tanto tempo parados à nossa frente, expostos em cada um de seus movimentos, sob incessante observação, hora após hora o verdadeiro objeto de nosso interesse, sem poderem se afastar durante um tempo precisamente delimitado; a sua superioridade, que não queremos reconhecer de uma vez por todas e que nos torna perspicazes, críticos e maliciosos; a necessidade de acompanhá-los sem que queiramos nos esforçar demais, pois ainda não nos tornamos trabalhadores dedicados e exclusivos; também o mistério que envolve sua vida fora da escola, quando não estão à nossa frente como atores, representando a si próprios; e, mais ainda, a alternância dos personagens, um após outro, no mesmo papel, no mesmo lugar e com a mesma intenção, portanto eminentemente comparáveis – tudo isso, em seu efeito conjunto, é outra escola, bem diferente da escola formal, uma escola que ensina a diversidade dos seres humanos; se a tomarmos um pouco a sério, resulta a primeira escola em que conscientemente estudamos o homem.


(tradução: Kurt Jahn)

3.8.11