30.4.11

testimonio posible

No puedo sino escribir sobre las grandes crisis que atravesamos en nuestra existencia, esas encrucijadas en que nuestro ser parece hacer un balance total, en que reajustamos nuestra visión del mundo, el sentido de la existencia en general. Esos períodos del hombre son pocos, muy pocos: el fin de la adolescencia, en fin de la juventud, el fin de la vida. Lástima que no pueda darse el testimonio final.

Ernesto Sábato
(1911-2011)

28.4.11

18.4.11

gestação

Ainda não cheguei a uma conclusão a respeito, mas a coisa é mais ou menos assim:

A crase não se explica na expressão "dar à luz" com a fórmula dar algo a alguém
porque fica tudo invertido. Afinal, a ordem dos fatores conforme o acontecimento
é dar alguém a algo. Tampouco podemos provar qualquer coisa em função da "luz".
Mesmo porque, do jeito que o mundo gira, talvez fosse mais adequado dizer que
fulana "deu à escuridão", não? E, que importa o verbo "dar"? Seria reduzir o
começo do sonho de alguns a uma expressão que o tornaria banal.

O que deve fazer toda a diferença é o acento grave.
O dito cujo, nesse caso, parece autoexplicativo.

17.4.11

boa noite

Para mí, por ejemplo, estar de espaldas me parece comodísimo. todo el cuerpo se apoya en el colchón o en las baldosas del patio, uno siente los talones, las pantorrillas, los muslos, las nalgas, el lomo, las paletas, los brazos y la nuca que se reparten el peso del cuerpo y lo difunden, por decir así, en el suelo, lo acercan tan bien y tan naturalmente a esa superficie que nos atrae vorazmente y parecería querer tragarnos. Es curioso que a mí estar de espaldas me resulte la posición más natural, y a veces sospecho que mi tía le tiene horror por eso. Yo la encuentro perfecta, y creo que en el fondo es la más cómoda. Sí, he dicho bien: en el fondo, bien en el fondo, de espaldas. Hasta me da un poco de miedo, algo que no consigo explicar. Cómo me gustaría ser como ella, y cómo no puedo.
fragmento de "Tía explicada o no"
Historia de cronopios y de famas

12.4.11

últimas palabras sobre Realengo

Assisti há pouco trecho da fala de um deputado na TV Câmara. Ele discursava com indignação sobre comunidades em redes sociais que apoiavam a atitude do atirador de Realengo. A mídia deu ao ocorrido o tratamento esperado. Recebi uma mensagem que mencionava entrevista publicada neste domingo no Estadão. Fico com este trecho, apesar de cair em contradição. Descansem em paz.

Christian Carvalho Cruz - Que relação as crianças sobreviventes terão com a instituição escola depois de sofrer um trauma desse tamanho lá dentro?
Julio Groppa Aquino - Prospecções dessa natureza me parecem sempre inócuas e, por isso, fadadas ao fracasso. Mais ainda, no fito de antever efeitos, elas podem causá-los ou intensificá-los. Há, por exemplo, um sensacionalismo injustificável da mídia na cobertura do evento ao entrevistar os jovens envolvidos de uma maneira que beira a irresponsabilidade, convertendo todos, eles e nós, em reféns da espetacularização. O momento exige sobriedade e certo distanciamento, à moda dos antigos, de modo que seja possível decantar as informações, e não ser assediado por elas. Se quisermos honrar os mortos de fato, precisaremos mais do que alguns minutos de silêncio. Precisaremos nos aquietar.

errare humanum est

9.4.11