22.12.11

homem coxinha

por Beto Silva

original

dois momentos: grafite original + intervenção do metrô

grafite reformulado pelo autor

20.12.11

"dábale arroz a la zorra el abad"


En las primeras páginas de La fascinación de las palabras, un extraordinario libro-entrevista con su amigo Omar Prego (una entrevista que duró dos años, de 1982 a 1984, año de su muerte), Julio Cortázar hace una afirmación asombrosa. Omar lo interroga sobre el sentido de la escritura (es la típica pregunta estilo “¿Por qué escribís?”) y Cortázar evoca su infancia confesando que de niño (esto, dice, le sucedía hacia los siete años) había vivido una especie de “diferenciación” entre las palabras y los objetos que éstas designan: “Entré en una etapa que habría podido ser peligrosa y desembocado en la locura: quiero decir, que para mí las palabras empezaron a ser más importantes que las cosas mismas”. Omar le pregunta si no era una suerte de sustitución de la realidad. Y Cortázar: “La fascinación que me producía una palabra (...) Yo estiraba el dedo y escribía las palabras, las veía armarse en el aire, palabras que eran, muchas de ellas, palabras fetiches, palabras mágicas (...) Y en ese momento en que empecé a jugar con las palabras (...). Cuando descubrí los palíndromos (yo no sabía que existieran pero en un libro encontré el primero, el clásico, ese que dice “Dábale arroz a la zorra el abad” que es una frase muy larga) cuando la escribí en el papel o en el aire me di cuenta de que decía la misma cosa, me sentí instalado en una situación de relación mágica con el lenguaje”.

MÁS

17.12.11

sergio britto e joãosinho trinta

partiram neste 17 de dezembro por razões que não interessam mais.
importante mesmo é que deixaram suas marcas por aqui.
gracias, chicos! a vida de vocês fez diferença na minha vida.
aquele abraço!

Sergio Britto











Joãosinho Trinta

16.12.11

palavras apenas

nenhum contato, nada ligando a noite em claro e os gatos negros - um do outro lado da rua, outro no telhado vizinho, um terceiro na encruzilhada. a rua me encontrou ainda escura; a lua clara, cheia, insuficiente. uma luva para um danado insone, mas foi apenas uma noite em claro, um gato negro do outro lado, outro no telhado, um terceiro na encruzilhada, uma lua cheia. insuficientes, claro.

30.11.11

susan surrender

(ARRASTÃO DE KEVIN JOHANSEN E JULIO CORTÁZAR, COMO DIRIA TOM ZÉ)
.


sonreía sin sorpresa, convencida como yo de que un encuentro casual era lo menos casual en nuestras vidas

29.11.11

chamar-se-ia. ia.

perder-se-ia toda a violência constitutiva
aunque se pudiera escucharla en pocos minutos
não estaria explícita essa espécie de amor louco
pero sigue siendo como en el palacio de las flores
sem canto, sem dança, sem graça, aterciopelado, suicida

23.11.11

afinal de contas

a questão é de:
a) ritmo
b) tempo
c) "feeling"
d) todas as anteriores
e) nenhuma das anteriores

hein?

21.11.11

drop of water

por enquanto vou ficar com essa aqui:

15.11.11

Dali pra cá

pequena viagem que surgiu entre 
o rio de janeiro e são paulo

10.11.11

she zen

lo había aprendido tan bien y lo había hecho tantas veces que ya no era capaz de comprender porque nada se produjo al tirar la piedra al lago. la superficie permaneció silenciosa, aunque no lo digan las palabras. dio media vuelta y ya se iba cuando sonó una voz: ¿me escuchás? ¿me escuchás? no se detuvo, obvio. ya había aprendido también ese truco. parecía normal decirlo a todos. Imagínense que...

la voz, indignada, se quedó al lado del lago hablando sola. poco después, ya cansada, también ella tiró una piedra al lago. nada. hasta que se levantó y otra voz sonó: ¿te escuchás? ¿te escuchás?

y de otra cosa no se habla.

8.11.11

interjección

KEVIN JOHANSEN + LINIERS + THE NADA

24 e 25 de novembro no Sesc Pompéia. MAIS.


27.10.11

ufa!

pouco mais de uma hora de voo, o comandante já informava
que em instantes seria iniciado o procedimento de descida,
eis que olho pela janela do avião e...

*** hélice cansada ***

23.10.11

22.10.11

Glória "virou musa" Maria

"Sou do tempo em que não existia photoshop,
então fui treinada a caprichar na vida real.
Meu corpo foi moldado a raquetada.”

Okay, okay, okay!
FONTE

21.10.11

vamos praticar um esporte?



coisa de maluco, né? a culpa é do tom zé, rs...
(ou então do althusser, quem é que sabe?)







Comment est assurée la reproduction des rapports de production?
Louis Althusser

19.10.11

déjà vu

tem mais aqui ó

engraçado

que cara engraçado, esse Caramalo! digo, esse Calamaro!

17.10.11

lapaliçada

uma trombada no corredor do cinema e ops! desculpa, foi sem querer, tudo bem, não foi nada, você está bem estou ótima tentei te ligar você sumiu eu te escrevi tem certeza claro que sim claro me lembro então você não sei quando foi que deixa isso pra lá você leu mesmo claro.
  • Então acho que você não entendeu o que eu quis dizer.
  • Eu acho que você não entendeu o que estava sentindo.

16.10.11

horário brasileiro de verão

[ deve ser, sei lá... PARTE V. ]



HOMEM (com voz rouca): Que horas são? (A mulher murmura algo incompreensível). O que, bem?

MULHER: Domingo.


HOMEM: Eu sei que é domingo. Você nunca dá corda no relógio.



(Tennessee Williams traduzido por Maria Vorhees)

15.10.11

colecionador


não era seu objetivo, mas estava certo de que
entraria para o guinessbook em muito pouco tempo:
colecionava derrotas.
mais: diferente da maioria dos pretensos que conhecia,
não cantava vitória antes do tempo. cantava derrota.
sempre dava certo. era, inadvertidamente, um vitorioso.

13.10.11

quase

dizem que se a gente deseja de verdade
quando a gente quer, mas quer mesmo...
diz que dá certo, que funciona.

ontem quase deu certo, quase funcionou.
teve chuva, teve barra de chocolate...

e não consultei o yatiri da rua coimbra.

14.9.11

chefe proficiente em português


Tive um sonho tão sinistro que o mais correto talvez seja dizer que foi um pesadelo. A coisa era assim. Trabalhava numa empresa privada chamada Fábrica de Anzóis Belonave. Seu slogan era: peixe morre pela boca. Como acontece com muitas empresas, a Belonave passou por uma reestruturação e puseram um chefe novo no meu setor. O cara tinha nome de ditador, mas até aí tudo bem. Várias pessoas têm nome/cara simpática e não valem um Cruzeiro Novo. Só que o sujeito era realmente um pequeno ditador. Tanto encheu nosso saco que, tomado de ódio, num dia de fúria, um funcionário decidido não pensou duas vezes. Recebeu um protocolar “Bom dia!” e respondeu na lata: “Vai à merda, seu bosta!” Naquela mesma manhã foi demitido para servir de exemplo, obviamente. Quando todos se preparavam para voltar pra suas casas, foi convocada uma reunião para que não restasse dúvidas.

- Pôxa pessoal – dizia o chefe. Tive o dissabor de dispensar o Joãozinho porque ele cometeu um erro grave. Vocês estão cansados de saber, e eu não me canso de cobrar. Todos os dias eu pergunto pra cada um dos senhores: leu o manual da empresa hoje? Trouxe o manual da empresa? Posso ver? Tá na mochila, você pode me mostrar? Não custa nada, pessoal! Dá uma lidinha no ônibus quando estiver a caminho, pôxa! Não quero passar por isso novamente e não quero que vocês passem por isso. Pra bom entendedor, enfim... O Francisco, digo, o Joãozinho errou porque me mandou ir à merda? Não! Errou porque me chamou de bosta? Não! Joãozinho errou porque o manual da empresa é muito claro no Artigo I, parágrafo 5: é proibido o uso de figura de linguagem no ambiente da empresa! Mandar um bosta ir à merda é pleonasmo, e isso não se admite nessa empresa, ok? Boa semana a todos!

10.9.11

discussão necessária

manifestação importante, discussão necessária:

9.9.11

faro


El vuelo del velo reveló lo complejo que no le parecía la vida

el reverbero propició el desvelo en pocos segundos

la oscuridad y los engranajes disney rusa montaña landia

no pudieron experimentar siquiera un olor a luz

tenía el combustible pero le faltaba el fuego

era her man ay no hay duda sin lugar a

insane in the brain sin cypress hill

doce pétalas de rosas infieles

inoportunas

don't think, just sing, hoping that

someone get that message in a bottle

que atraviesa dos o tres océanos sin luna

mientras las luces de las dos jabuticabas brillan

pues quien quiera que seas vas a sanar la soledad

31.8.11

(des)encuentro

offline

suddenly stack at the station
know not what's this all about
as trains, words, raining mirrors
as another white hair sprouts

wake up in the morning
with no old beatle song

just one more flower
among so many flowers

that sprout

29.8.11

rolling stones

nada de pneumotórax
tampouco tango argentino
pois dadas as circunstâncias
par de olhos que condenam
não vê outra alternativa
...

está relendo O mito de Sísifo.

.


tira incidental:

atualizado às 5:44

22.8.11

1, 2, 3, 4...


um feliz reencontro com o violão
dois sorrisos para a mesma face
três pontinhos suspensivos
quatro quase para sempre

and i like it

21.8.11

balé metropolitano


foi apenas um lindo simulacro de balé. as luzes artificiais da estação eram cortinas abertas depois do túnel iluminando o cenário. uma pequena sacudida porque o condutor começou a reduzir a velocidade um pouco depois do ponto ideal e passaria da estação se não aquela sacudida. as portas deram passagem ao rapaz que desembarcou, uma moça entrou tranquilamente, a mulher que estava no assento à minha esquerda passou para o da direita, a moça sentou-se tranquilamente num dos assentos reservados para idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e portadores de deficiência. em perfeita sincronia, um senhor levantou-se de um desses assentos reservados para idosos, gestantes, pessoas com crianças de colo e portadores de deficiência e ficou parado diante da porta aberta. esta se fechou, mas a composição permaneceu na estação por longos trinta segundos, fazendo com que ele senhor se sentasse outra vez no assento reservado para, quando dentro da minha mochila algo de agitação. acho que a secretária querendo corrigir tudo isso, ou cronópios brincando com duas garoupas que guardava na carteira.

17.8.11

si quieres saber...

si quieres saber el significado de patrimonio, consulta un diccionario.
ahora, si quieres leer un relato buenísimo sobre la búsqueda
por el significado de patrimonio, consulta Mi voz, mi palabra.

15.8.11

agora não dá mais...

igual a tudo na vida. igual à vida:

uma ampulheta virada sobre um velho lugar comum.

e pode tentar de tudo, faz mandinga, reza brava, faz promessa.

de nada adianta a tal reherche du temps perdu. perdeu, perdeu.

afinal, não tem muito mistério - muito menos novidade -

nessa vida: ela segue a mesma boa e velha viagem

com passagem só de ida. guarde bem.



guarde até que o último grão de memória.

10.8.11

salomé

só lamento que o nome não corresponda pelo menos à sombra do que há de melhor no seu oposto que sinceramente escreveria vários salmos cânticos mas nada que valha mais que muitas letras que compuseram animado mosaico de som luzes américas e não cabem nesta rumi que carregas na bandeja deste dia que começou qualquer coisa que termina outras palavras ou qualquer coisa da maior importância se a tua presença samba e amor de madrugada e finalmente durme negrita que jorge te cuida o sono mas outras palavras vera gata geme lua estrela sim rapte-me camaleoa mas não teve jeito fiquei nu com a minha música.

9.8.11

El deseo

Por Ortega y Gasset

Escojamos un ejemplo entre mil, perteneciente a nuestra vida de voluntad. En la conversación solemos usar, como equivalentes, las ideas de querer y desear. La observación psicológica muestra, sin embargo, que una y otra se refieren a fenómenos psíquicos muy distintos. Querer es querer la realidad de algo, y, por tanto, querer los medios que lo realizan. En última sustancia, es siempre un querer "hacer" algo. Desear, en cambio, es lo que solemos expresar con más rigor cuando hablamos de un "mero deseo". El deseo, en sentido estricto, implica el darse cuenta de que lo deseado es relativo o absolutamente imposible.

6.8.11

A língua absolvida

volta às aulas com Elias Canetti


A multiplicidade dos professores era surpreendente; é a primeira diversidade de que se é consciente na vida. Que eles ficassem por tanto tempo parados à nossa frente, expostos em cada um de seus movimentos, sob incessante observação, hora após hora o verdadeiro objeto de nosso interesse, sem poderem se afastar durante um tempo precisamente delimitado; a sua superioridade, que não queremos reconhecer de uma vez por todas e que nos torna perspicazes, críticos e maliciosos; a necessidade de acompanhá-los sem que queiramos nos esforçar demais, pois ainda não nos tornamos trabalhadores dedicados e exclusivos; também o mistério que envolve sua vida fora da escola, quando não estão à nossa frente como atores, representando a si próprios; e, mais ainda, a alternância dos personagens, um após outro, no mesmo papel, no mesmo lugar e com a mesma intenção, portanto eminentemente comparáveis – tudo isso, em seu efeito conjunto, é outra escola, bem diferente da escola formal, uma escola que ensina a diversidade dos seres humanos; se a tomarmos um pouco a sério, resulta a primeira escola em que conscientemente estudamos o homem.


(tradução: Kurt Jahn)

3.8.11

27.7.11

acabou - arcabuz - arcabouço

"a dor é tão velha que pode morrer", chico?
o que você me diz da europa? tá quase lá?
quem disparou o cronômetro? tá marcando?
tanto fogo e tanta pólvora que o povo...
bem, o povo segue o seco, ê-o-Ô, vida de.
nossas histórias são mesmo da carochinha
ou serão o repertório de um mundo novo em
folha de papel, telas de cel, tablets etc?
bueno, adelante! porque não dá pra esperar
que as respostas cheguem pues la vida pasa.

16.7.11

copa américa - post 3

indiscutivelmente, o melhor jogo dessa copa américa!!!

e que vença... bueno, que vença o melhor...

9.7.11

fragmentos do desejo

ESSA PEÇA É UMA PINTURA!

A peça retrata a história de quatro personagens: um Pai; o filho; Olga, a governanta e Orlando. Essas vidas entremeadas contam a dificuldade de ser e exploram a urgência de afirmar o seu lugar. Com acuidade e ternura, tudo é sugerido, apenas entreaberto sobre o destino de solidões perdidas. Dramaturgia, coreografia e direção Artur Ribeiro e André Curti. Com Maria Adélia, Matías Chebel, André Curti e Artur Ribeiro. Teatro Anchieta. 90 min. 0 R$ R$ 32,00; R$ R$ 16,00 (usuário matriculado, idosos e estudantes com carteirinha). R$ R$ 8,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado e dependentes, aposentados e estudantes com carteirinha).
De 08/07 a 31/07. Sextas e sábados às 21h. e domingo às 19h.
SESC Consolação

7.7.11

copa américa - post 2

Primeira rodada praticamente para esquecer, né?
Tá certo, acabei acertando o palpite sobre o primeiro jogo.
O resultado me agradou bastante, diga-se de passagem.

Agora, a segunda rodada começou bem mais interessante.
(Mas... o que foi aquela cobrança de falta do Messi, hein?)

Apesar do frio, a Copa América finalmente vai esquentar. Amém!

1.7.11

empieza la copa américa

a mi me encanta que se haya desapuntado el narrador (sportv) del partido que abre la copa;
el tipo creía que los 90 minutos serían como los 10 primeros. ja! y dicen que el dt argentino
tiene un plan b. a ver, a ver... lo que sí, es cierto: el seleccionado argentino no es el Barça,
la pulga tiene problemas - sí, que tiene - y este tipo Lavezzi a mí no me gusta (presumido).

ah! y sin presentimientos en esta copa...
nunca me salen bien...

pero 1x1 no estaría mal.

30.6.11

descontinuidade

sentado no banco desconfortável da lanchonete, o futuro ali do lado, quis conversar. aqueles dois podiam ser personagens da mesa ao lado, mas ela piscou indicando que não. a mesa. quando se encontraram o assunto não poderia ter sido diferente: passos lentos, óculos, dores eventuais, como eu fumava..., um tipo de câncer causado pela nicotina. era um espelho quebrado. seria eu. ni lágrima. las obsesiones pueden cambiar, pero siguen siendo obsesiones. quantos quilômetros? hoje, apenas oito. média de 150bpm. trocar quilometragem por tempo. próxima semana, três horas. sem cinzas de cigarro, basta a fumaça dos escapamentos. algumas dores eventuais pelo excesso de exercícios, óculos, volta à calma. uma garrafa de água. natural. suco de laranja com beterraba, cenoura e acerola sem gelo sentado no banco desconfortável da lanchonete.

26.6.11

página 2

O cão do meu vizinho estorvou toda a noite. Zuladan pensava ser um lobo, uivou desesperado entrecortando meu sono. Calado, Zuladan! Uivou com raiva. De nada adiantava tentar fazê-lo calar. Era meio-dia e o cão ainda uivava, a escuridão da noite não era o problema. Zuladan queria se comunicar com alguém que não podia ouvi-lo. Experimentava angustiado toda a violência da solidão.

y se viene la segundita...

A ver si alguien se anima a componer
la "chacarera del descenso" para el River...

quem tem medo na mídia?

quem tem medo da "ley de medios"?

a resposta é um trocadilho incidental: quem tem, tem medios...





E agora, Dilma Roussef? Qual vai ser?

Gil faz 69

Parabéns, garoto! Continue sempre bem afinado!

23.6.11

c'est comme ça

les mots

J'ai commencé ma vie comme je la
finirai sans doute : au milieu des livres.
JEAN-PAUL SARTRE

22.6.11

La omisión de la família Coleman

Uma família à beira da dissolução. Os Coleman. A avó, a filha e os quatro netos vivem juntos na pobreza. Cada um constroi um espaço pessoal cada vez mais difícil de delimitar. A casa onde moram os protege do mundo, mas os confina a uma grande solidão. Uma solidão compartilhada com as pessoas que são condenadas a amar.

Serviço:

No SESC Consolação durante o feriadão
22 a 25 de junho às 21h, 26 de junho às 18h.
+INFO: SESC; GUIADAFOLHA.

20.6.11

escher, paris y mis flores

escher no ccbb até 17 de julho

woody allen divertido nos cinemas

flores de maio no meu quintal... em junho.

15.6.11

pinacoteca, espelho y matafuego

pensando em visitar a Pinacoteca do Estado? Cuidado. o segundo andar tá fechado pra reforma.

mas há boas fotos na exposição Trilogia Vermelha - China (apesar de algumas fotos do recorte de Rússia e Cuba que completam a exposição não sugerirem muito mais que estereótipos, enfim). entre as melhores imagens da China, destacaria a moça diante da garrafa de Jack Daniels. com algum esforço dá pra ver a foto bem de longe aqui. só clicar na quarta foto da esquerda pra direita que está na segunda linha. fácil, não?

agora, imperdível mesmo está a exposição Arte al paso - Coleção Contemporânea do Museo de Arte de Lima - MALI, em cartaz até 31 de julho. Destaque para o vídeo Perú Express, ao menos por enquanto. Não dava pra ver tudo. Voltarei. É na Estação Pinacoteca, ao lado da Sala Julio Prestes.

No mais, outras imagens possíveis:

13.6.11

pessoas, pessoa.

no eres yo ni eres otro
no tienes sueños sino señas
desde tu pieza sin ventanas
miras el reloj de viento que
te toca el alma sin ruidos
sin tabaco y sin remedios
no eres cualquier cosa
de intermedio

no te gusta la metafísica

no comes chocolate
no tienes religión
no crees en el cielo

crees en el infierno
que eres agramatical
que podrás siempre
una y otra cosa
esto, aquello
pero ni fu ni fa

sin embargo, estuviste

6.6.11

para caio fernando abreu

é, meu amigo. esses morangos dormidos me fizeram lembrar você. e, é claro, aqueles meses de cigarro, whisky, insônia, escritas, esquetes, pouca luz, letras, literaturas, muita música... muitas músicas: rock, pop, samba, salsa, tango, jazz, pagode, funk, folk, punk, hadcore, ska, reggae, roots, brega. brega... ângela rô rô. não fosse por ela não teria me lembrado de você, não haveria cicatriz. momento angela rô rô: "cobaias de deus". aquele abraço!

29.5.11

erinnerung


Es gibt keine völlig ungemischte Sprache
Hugo Schuchardt


 

16a. Festa do Imigrante


Serviço
XVI Festa do Imigrante
Dias 29/05 (domingo) e 05/06 (domingo) das 10h às 16h
Local: Arsenal da Esperança – prédio histórico, do mesmo complexo do Memorial do Imigrante
Endereço: Rua Dr. Almeida Lima, nº 900 – Mooca
Entrada: R$ 6,00
El señor Silicoso está completamente loco...

24.5.11

knocking on heaven's door?

well, happy birthday...

19.5.11



Trepem mais,
como se diz
no Brasil,
vivam mais
intensamente, dramaticamente,
não se tornem
escravos da
virtualidade.

Pedro Juan Gutierrez
FONTE

Paranhos


dia desses passei por ela. não sei porque tinha aquele nome. é verdade que já poderia ter acontecido faz tempo. fosse uma sucuri teria me abraçado sem que eu percebesse. e se me estivesse espiando teria flagrado qualquer coisa - caso houvesse algo a esconder. verdade que nenhum glamour ela oferece, nada de muito interessante, não fosse o nome. Paranhos. Heitor Paranhos. não sei quantas vezes passei pela esquina daquela rua. talvez porque sempre lia alguma coisa naquele trajeto entre o metrô e o trabalho nunca reparei nela. certamente porque não há nada especial por ali, exceto o nome. Paranhos. perfeito. E diria que o Paranhos poderia ser um pulha, um grande canalha seria o Paranhos se fosse personagem de Nelson Rodrigues. foi só isso. quando li o nome daquela rua pensei imediatamente num personagem rodrigueano, um cara estranho, alto, magro, fumante, policial ou militar do exército, ou um dedo-duro na época da ditadura, mas o cara, definitivamente, seria um canalha. nada pessoal, Paranhos.

8.5.11

entre são paulo e rio de janeiro

Sinto o sabor do oceano rasgado pelo litoral que, iluminado pelo sol, costura minha retina em paisagem única. Parati escrevo e descrevo essa colcha de algodão que não te esconde, não te encerra, não te longe. Estivesses aqui, tencantaria veros tons azuis e verdes que cercam as ilhas, Angra adquiria outro significado. Mas o que nos restinga é a Marambaia.

5.5.11

cometa segue sua nau...


ESTA NOCHE SE PODRÁ VER UNA LLUVIA DE METEORITOS.
SON FRAGMENTOS DEL COMETA HALLEY.
FONTE: CLARÍN.

La observación de este acontecimiento
no presenta ningún riesgo para la salud,
y resulta más efectivo percibirlo sin usar un telescopio.


4.5.11

perguntar não ofende

¿Obama sin Laden?

Que venham logo as eleições, né BO?

30.4.11

testimonio posible

No puedo sino escribir sobre las grandes crisis que atravesamos en nuestra existencia, esas encrucijadas en que nuestro ser parece hacer un balance total, en que reajustamos nuestra visión del mundo, el sentido de la existencia en general. Esos períodos del hombre son pocos, muy pocos: el fin de la adolescencia, en fin de la juventud, el fin de la vida. Lástima que no pueda darse el testimonio final.

Ernesto Sábato
(1911-2011)

28.4.11

18.4.11

gestação

Ainda não cheguei a uma conclusão a respeito, mas a coisa é mais ou menos assim:

A crase não se explica na expressão "dar à luz" com a fórmula dar algo a alguém
porque fica tudo invertido. Afinal, a ordem dos fatores conforme o acontecimento
é dar alguém a algo. Tampouco podemos provar qualquer coisa em função da "luz".
Mesmo porque, do jeito que o mundo gira, talvez fosse mais adequado dizer que
fulana "deu à escuridão", não? E, que importa o verbo "dar"? Seria reduzir o
começo do sonho de alguns a uma expressão que o tornaria banal.

O que deve fazer toda a diferença é o acento grave.
O dito cujo, nesse caso, parece autoexplicativo.

17.4.11

boa noite

Para mí, por ejemplo, estar de espaldas me parece comodísimo. todo el cuerpo se apoya en el colchón o en las baldosas del patio, uno siente los talones, las pantorrillas, los muslos, las nalgas, el lomo, las paletas, los brazos y la nuca que se reparten el peso del cuerpo y lo difunden, por decir así, en el suelo, lo acercan tan bien y tan naturalmente a esa superficie que nos atrae vorazmente y parecería querer tragarnos. Es curioso que a mí estar de espaldas me resulte la posición más natural, y a veces sospecho que mi tía le tiene horror por eso. Yo la encuentro perfecta, y creo que en el fondo es la más cómoda. Sí, he dicho bien: en el fondo, bien en el fondo, de espaldas. Hasta me da un poco de miedo, algo que no consigo explicar. Cómo me gustaría ser como ella, y cómo no puedo.
fragmento de "Tía explicada o no"
Historia de cronopios y de famas

12.4.11

últimas palabras sobre Realengo

Assisti há pouco trecho da fala de um deputado na TV Câmara. Ele discursava com indignação sobre comunidades em redes sociais que apoiavam a atitude do atirador de Realengo. A mídia deu ao ocorrido o tratamento esperado. Recebi uma mensagem que mencionava entrevista publicada neste domingo no Estadão. Fico com este trecho, apesar de cair em contradição. Descansem em paz.

Christian Carvalho Cruz - Que relação as crianças sobreviventes terão com a instituição escola depois de sofrer um trauma desse tamanho lá dentro?
Julio Groppa Aquino - Prospecções dessa natureza me parecem sempre inócuas e, por isso, fadadas ao fracasso. Mais ainda, no fito de antever efeitos, elas podem causá-los ou intensificá-los. Há, por exemplo, um sensacionalismo injustificável da mídia na cobertura do evento ao entrevistar os jovens envolvidos de uma maneira que beira a irresponsabilidade, convertendo todos, eles e nós, em reféns da espetacularização. O momento exige sobriedade e certo distanciamento, à moda dos antigos, de modo que seja possível decantar as informações, e não ser assediado por elas. Se quisermos honrar os mortos de fato, precisaremos mais do que alguns minutos de silêncio. Precisaremos nos aquietar.

errare humanum est

9.4.11

29.3.11

carta n.1

Querida Wendy,

Não se preocupe. A vida é assim mesmo, se você aceitá-la assim.
Ou, como dizia Nelson, a vida é como ela é.
Faça como quiser, faça como quiserem.
Isso não faz muita diferença mesmo.
O segredo é: seja como for,
tem que ser importante pra você.
Qualquer coisa estranha aconteceu hoje.
Esta data em que celebro a vida trouxe também a morte.
Para que não nos esqueçamos de que tudo, tudo passa. Todos passam, Wendy.

Take care!

28.3.11

afinal, quem é que sabe?

Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, sobre o posicionamento ideológico
de seu futuro partido, o Partido Social Democrático:

Partido não será de direita, nem de esquerda, nem de centro.
fonte: Estadao.

Já sei! O partido será três coisas ao mesmo tempo!
Deve ser influência do preço da passagem...

quem inventou o Rodas, hein?

Perguntar não ofende.
O cara não comparece à audiência e ainda manda
alguém que vai embora antes de se manifestar...

http://emdefesadaeducacao.wordpress.com/2011/03/26/relato-da-audiencia-da-comissao-de-direitos-humanos-da-alesp-sobre-a-gestao-do-reitor-da-usp-rodas/

23.3.11

shock poets

a capa do disco veio à tona relendo o post anterior,
é memória dos anos de praias cariocas
cortando as ondas do presente.

22.3.11

diga-me em que língua
te encontrarei
e serei sujeito dessa língua
serei sujeito nessa língua
a chuvas e trovoadas
a tormentas
atormentado por
brainstormings
sturm und drang
mise en abîme
diga-me em que língua
te encontrarei
pois nela continuarei
eternamente sujeito a ti.
...

Mas vai doer menos.

20.3.11

copie conforme


"Nietsche dizia: saiba que a importância de uma obra está no seu olhar. E isso não acontece só na arte: o seu objeto de amor também depende do olhar que você lhe lança."
Abbas Kiarostami

8.3.11

8 de março com Benedetti

"porque has venido a recoger tu imagen
y eres mejor que todas tus imágenes"

do poema Corazón coraza
de Mario Benedetti


.

3.3.11

que no se haga mi voluntad, sino la tuya

la siesta me brindó una pesadilla. me despertaba de una siesta con un cuchillo de bronce a mi lado.
el cabo del cuchillo, decorado con alas, se ajustaba perfectamente a mi mano izquierda.
siniestro sonido me despertó. no eran voces, no eran gritos ni llanto.
en la tele prendida como despertador, sonaba este canto:

E. M. Cioran

Contar passo a passo a história de meu relacionamento com este idioma de segunda mão, com todas estas palavras pensadas, repensadas, afinadas e afiadas até a inexistência, inclinadas pelas exigências da nuança, inexpressivas por terem exprimido tudo, de uma precisão espantosa, carregadas de cansaço e de pudor, discretas mesmo na vulgaridade, significaria contar a história de um pesadelo. (...) Voltar não posso; a língua que tive que adotar me segura e me mantém com as mesmas dores que me custou. Sou um "renegado", como você insinuou? "A pátria não é mais que um acampamento no deserto", diz um texto tibetano. Não vou tão longe assim, daria todos os países do mundo por aquele da minha infância. Mas devo acrescentar que, se faço dele um paraíso, somente os truques e a incerteza da memória devem ser responsabilizados.

outra citação de A Babel do Inconsciente

2.3.11

O jogo é jogado, não é falado.

Era o que meu pai me dizia quando jogávamos baralho.
O texto que reproduzo chegou pra mim em espanhol através
de uma amiga muito querida. Procurei o original e achei aqui.

PLAY THE GAME.
Endanger your work even more.
Don't be the top dog.
Seek out the face-off.
But be unmindful.
Have no thoughts in back of your head.
Keen nothing secret.
Be soft and strong.
Be sly, enter the fray but hate to win.
Don't observe, don't test, but be ready for signs.
Tremble, quake, shatter, heal.
Show your eyes, wave the others on into the depths,
care for spaces and behold each one in their own picture.
Act only with enthusiasm.
Fail with ease.
First of all, take time and the long way round.
Be addle-brained.
Go on a holiday as it were.
Overhear no tree and no water.
Enter where it pleases your heart and treat yourself to the sun.
Forget your kinfolk, strengthen the strangers, spaces,
a hoot for the tragedy,
spit on misfortune,
laugh conflicts to smithereens.
MOVE IN YOUR OWN COLORS.
until you are in the right
and the leaves' rustling turns sweet.
Walk about the villages.
I will follow you.

Peter Handke

1.3.11

esperança

que a chuva deixe de fazer vítimas,
seja no Brasil, na Bolívia, no mundo...

que os governantes façam sua parte nisso,
e que nós todos façamos a nossa parte também.

A presidenta

Sigo feliz pela eleição da presidenta Dilma Roussef. Semanas atrás até sonhei que minha mãe era ministra de seu governo, vai vendo... Estratégias de marketing à parte, tenho esperança de que algo melhore. Sei, no entanto, que este governo será diferente do anterior. A participação da presidenta em evento do jornal Folha de São Paulo e em programas de televisão como o de Ana Maria Braga e Hebe Camargo deixou parte da esquerda, a meu ver, histérica. Muitos se sentem traídos. Eu prefiro acreditar em uma estratégia dela ou do seu pessoal de marketing. Claro que posso estar completamente enganado, posso estar me enganando. Assim sendo, muito do que se esperava dela estará se transformando em decepção para uma parte de seu eleitorado. Dilma sofreu na mão da imprensa durante a campanha. Agora, se exige que ela jogue duro com a imprensa. A briga é com a Lei Geral de Comunicação. Ela é esperada com ansiedade, não se sabe se vai sair ou não. O medo que ronda a esquerda é o de que o governo não proponha a lei em função da exposição que a presidenta vem fazendo de sua imagem nos programas e evento mencionados. Acredito que a lei será proposta. Como virá a proposta e como ela será aprovada são outros quinhentos. Sobre minha crença na teoria da estratégia, posso dizer o seguinte: assisti parte do programa da Ana Maria Braga. Posso ter perdido algo importante, mas baseado no que vi e ouvi, ouso afirmar que Dilma Roussef é uma excelente estrategista. Poderá dentro de alguns meses dizer: ok, respeito a imprensa, converso com a imprensa, quero que ela continue livre, e precisamos de uma lei que atenda aos interessas dela e também aos interesses do povo desse país. Com esta atitude ela faria a proposta que sairia dolorosa para a imprensa e benéfica para o país. Cenário de sonho, certo? E como é difícil achar matizes nessa relação, a outra possibilidade – não me sinto capaz de acreditar nela – é um acordão com a imprensa: olha gente, eu vou lá, mostro que sou um ser humano, uma mulher como qualquer outra, e a gente suspende essa lei – ou pelo menos faz uma lei que lhes prejudique menos, senão eu fico mal com meu eleitorado. Sinceramente, prefiro alimentar minha esperança, mesmo estando ciente do que pode estar cheirando mal nesse reino. Caso um odor insuportável tome conta do país e o tal do acordão se confirme, direi: tudo dentro da normalidade, a política nesse país é mesmo uma piada. E pior do que está, sempre fica!

28.2.11

Héctor Bianciotti

Eu que não tenho uma língua, mas sou atormentado por várias, ou muitas vezes me descubro beneficiando-me de muitas, tenho a sensação de que mudo conforme as palavras que uso. Acontece-me de ficar desesperado em uma língua, e apenas triste em outra. Toda língua induz à mentira, exclui uma parte dos fatos, de nós mesmos; mas na mentira há uma afirmação, é uma forma de ser em um outro momento; várias línguas ao mesmo tempo traem, fragmentam e dispersam a nós mesmos.

Citado no livro A babel do inconsciente.

26.2.11

monkey

poor zee... as a monkey, I have to say that he is nothing but a bolt. or... should I say he's a joke? nothing to do in my jail. she tried to make me happy with this thing you call internet. I'm sure that Shrek could make it better than me but I don't care. creating zee was easy as pie. it was somthing like giving the correct information to the wrong spy. I live with Claire. she never told me to be careful, never told me about those infective agents. poor zee... he's lost, and he ain't on television. hey, don't delude yourself. zee ain't an ant. and I'm just a monkey. so, what really matters here is this one that gave me this gift and wants me to shut up 'cause I was supposed to be brief.

25.2.11

zee

you don't know me, Claire, and I don't care. I can't give you the key to open this jail 'cause you already have it and I hope you don't fail. I want you to go, Claire. All you have to do is take that key and open the jail. Please, don't fail.

24.2.11

They call her Claire


They call me Claire. Some people ask me to stay, some people don't even dare. But I really... I just... I don't know, I don't care. I felt in this pilgrim, kind of jail, this fairy tale, and I'm so far away from me – and that ain't a song. Maybe I don't know, maybe I don't care. The truth is... well, I think it doesn't exist, think I don't exist, think: there is no truth. What we know is that this monkey, this bear, this... this zee is here, or out there, I don't know, maybe I... Well, I don't care. This silly... whatever, wherever he is, gets more and more crazy each day. But he's fine, maybe 'cause in his madness everything seems okay. I thought I could hurt him and go away, but he liked and asked me to stay. That pain is his only pleasure, I know. Well, I think that I know but... Maybe I don't think, maybe I don't even exist. Who cares?

22.2.11

metodologia

.

Tem gente que bebe pra esquecer;

e tem gente que escreve.

 - Amigão! Mais uma cerveja, papel e caneta, por favor! Hic!

.

21.2.11

(des)tempo importante

.
aula de samba-rock?

12.2.11

tempo (des)importante

se a resposta demora demais
não aguentamos esperar
simulamos diálogos impossíveis
improváveis, invisíveis
como se tudo fosse normal
a espera fosse natural
nada parece estranho
o sorriso marrom
um olhar desengano
a certeza de um lugar
tão real quanto inverossímil
.
talvez sem importância –
tanto que não vale um comentário,
mas talvez valha uma nova postagem...

7.2.11

delay

6.2.11

tem sempre um dia

construiu sobre a rocha, fez tudo certo,

mas estava pertinho do mar
um dia a maré encheu
afogando sonhos

mas estava perto do deserto
um dia o vento mudou
ele desapareceu

5.2.11

silêncio

nesta noite caímos em contradição:
decidimos calar até que nos deixem
surdos as batidas de nossos corpos.

4.2.11

lab

então ficou claro que todo jogo literário guarda uma espécie de causa secreta e pode ser uma "Causa Secreta" às avessas, em diagonal, de cabeça pra baixo etc. e no fim das contas o nó que o leitor encontra está em qualquer lugar, menos no homem, na mulher, no rato. e o melhor: a brincadeira fica ainda mais engraçada quando o cão pensava ser gato e no fim é o rato.

3.2.11

rompante

Eleutério não é homem de verdade. Continuará não sendo, afinal. Ele será apenas a lembrança de uma dor torturante que o acometeu durante a noite de ontem: a dor de não ter palavras para expressar seu desencanto, sua miséria, sua falta de esperança. Cometeu suicídio na manhã de hoje por acreditar, pobre, que poderia ser um dia personagem de algum Kafka.

2.2.11

repente

Epifânia não era mulher de verdade. Continuará não sendo, afinal. Ela será apenas a lembrança de uma tarde triste em que uma banda de pífanos tornava ainda mais aguda aquela dor: ela tomou a decisão errada, apesar de ser aquele o dia certo, a hora certa, o lugar certo. O choro estridente de Manuel fez com que ela finalmente compreendesse a diferença entre a vida real e a literatura.

1.2.11

anonimato

Fulano ficou sozinho no apartamento. Seus companheiros de quarto pareciam ter adivinhado. Ele não queria ter a ilusão de não estar só no último suspiro. Saíram para buscar qualquer coisa, um cigarro, uma cerveja, um quilo de café, o que você quiser. Simples, fulminante, sem testemunhas. Uma garrafa de água mineral no colo. Fazia um calor fodido.

31.1.11

olhar a tormenta

Os dias passam e levam embora velhas palavras. Não. Levam velhos significados. Voltam palavras velhas com novos significados. A tormenta da tarde de ontem encontrou as janelas abertas. Velhos cadernos ficaram manchados. Os vestígios do passado inauguraram um novo espaço. O espaço, de fato, é o mesmo; mas é outro. Velhos olhos novos de novo. Não voltaria não fosse por eles, que desenham de novo as curvas dos rios, das estradas, da pele suada. Teremos mais do mesmo para uns, velhos vícios revistos para outros.

A única novidade é o cursor impaciente esperando literatura de verdade.

20.1.11

parece, mas não é.





































parece pintura. mérito da paisagem. fica o registro.
como a foto do post anterior,
recuerdo de san marcos.