12.4.11

últimas palabras sobre Realengo

Assisti há pouco trecho da fala de um deputado na TV Câmara. Ele discursava com indignação sobre comunidades em redes sociais que apoiavam a atitude do atirador de Realengo. A mídia deu ao ocorrido o tratamento esperado. Recebi uma mensagem que mencionava entrevista publicada neste domingo no Estadão. Fico com este trecho, apesar de cair em contradição. Descansem em paz.

Christian Carvalho Cruz - Que relação as crianças sobreviventes terão com a instituição escola depois de sofrer um trauma desse tamanho lá dentro?
Julio Groppa Aquino - Prospecções dessa natureza me parecem sempre inócuas e, por isso, fadadas ao fracasso. Mais ainda, no fito de antever efeitos, elas podem causá-los ou intensificá-los. Há, por exemplo, um sensacionalismo injustificável da mídia na cobertura do evento ao entrevistar os jovens envolvidos de uma maneira que beira a irresponsabilidade, convertendo todos, eles e nós, em reféns da espetacularização. O momento exige sobriedade e certo distanciamento, à moda dos antigos, de modo que seja possível decantar as informações, e não ser assediado por elas. Se quisermos honrar os mortos de fato, precisaremos mais do que alguns minutos de silêncio. Precisaremos nos aquietar.

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