30.1.07

Vai pensando que é Deus...

Sentiu que o coração estava batendo. Sentiu a vida pulsando nas veias. Como era possível? Depois de sete anos, sentiu-se vivo outra vez. Pior: já não sabia como lidar com tantas emoções ao mesmo tempo. Foram treze anos de casado. Treze anos apaixonado. Depois que a Dora partiu, o desejo desapareceu. O luto o levou junto. Buscou consolo em todas as religiões possíveis. Aprendeu novas "filosofias", conheceu o funcionamento de diversas seitas, bebeu água suja, tomou banho em rio imundo...

Continua no www.banga.zip.net.

29.1.07

Quem é você pra...
De onde você pensa...
Quando você passa...
Por que você perdeu...


NÃO COMPLETE A FRASE! JAMAIS!

de mais a mais, já amais...

27.1.07

mortal SILÊNCIO criador

25.1.07

Quer mesmo saber o motivo do desencontro?

Tudo o que eu queria
era ficar junto,
dentro, horas,

Mas você não queria
dançar tão devagar
pra me acompanhar...


Incidentais:
Cigano - Djavan
Não sei dançar - Marina Lima

23.1.07

coluna TERÇA É FEIRA


Eu, miserável?

Cada um sabe onde o sapato aperta. Cada época tem o poeta que merece. Sempre desconfiei dos que falavam da miséria alheia. Acreditava que muitos artistas não podiam fazer uso da miséria sem ter conhecimento de causa. Até o momento em que tentei - coitado! - entender nosso país.


(Continua lá: Banga!)

22.1.07

sua chamada está sendo encaminhada...

sempre pronto pra partir
sumiu
sem tirar os pés do lugar
partiu
sem ter pra quem ligar
fugiu

desligou o celular

17.1.07

"A memória é uma ilha de edição"

Wally Salomão





O cara, é óbvio, tem toda razão. Dou um exemplo prático (êh, mania...):
passei a vista no jornal na manhã de hoje e só ficaram duas coisas:

1) Um cometa pode ser observado hoje a olho nu, caso o tempo ajude. A dica é olhar a linha do horizonte na direção oeste logo após o pôr-do-sol.

2) Denise Stocklos é a entrevistada de hoje no Provocações (Cultura, 23h10).

16.1.07

coluna TERÇA É FEIRA

InSônia

- Eu não devia, mas vou te contar.

(Continuar, continua... mas não conto aqui. Conto lá: www.banga.zip.net )

15.1.07

Ficou um gosto azedo na boca. Teve azia na véspera. Pensou ter engolido alguns sapos, mas foram vários insetos. Sapo mesmo ele só engoliu quando avistou a galinha montada na vespa. Bizzzzzzz... Aquele barulho no ouvido não o deixava dormir. Enquanto não dormia, aquela visão o atormentava. Aqui acontece tudo aquilo que já era de se esperar: ele se levanta, acende um cigarro, toma um copo d'água, fuma outro cigarro, abre uma cerveja, fica olhando pro nada através da janela com vista para seis ou sete prédios, tenta ler em vão, fuma mais um cigarro, faz um café, escreve uma carta pra ela, espirra e. Agora é que a porca torce o rabo. Ele tinha acabado de assinar a carta no momento em que espirrou. Um dos muitos vasos que ainda tem no nariz estourou. Foi sangue pra todo lado: boca, braços, mãos e cada uma das três páginas que ele acabara de escrever. Chorou. Chorou como se estivesse preso para sempre naquela cadeira, não conseguia mover braços ou pernas. Conseguiu apenas escorregar um pouco, deixou a cabeça pender para trás. Perdido, completamente perdido. Só resta ver o que ele vê: o teto. Pintado de branco, sem luminárias, tela de cinema. Aparecem os melhores momentos que eles viveram juntos: o dia em que se conheceram, os primeiros olhares, o sorriso doce dela, o café com leite e açúcar, as primeira-segunda-terceira-e-todas-as-outras vezes. Não aparece mais nada. Ele já não se lembra porque o barulho o incomoda de novo: bizzzzzzzzzz... Fecha os olhos buscando concentração para criar imagens agradáveis. Substitui o barulho incômodo pelo som das águas correndo no rio. Tudo muito verde, céu pintado de azul, uma borboleta amarela voando. Um frio percorre a espinha e ele abre os olhos. A borboleta está sobre a mesa. Ele se levanta de pronto. Ela decola e voa leve pelo escritório. Encantado, ele acompanha o vôo da borboleta e deseja tocá-la. Ela se aproxima da janela. Ele hesita. Ela se aproxima dele novamente. Ele se excita. A borboleta voa suave e atravessa a janela. Ele se lembra do rio e mergulha atrás dela. Foi o salto mais puro que um homem poderia realizar. A carta foi publicada no jornal sensacionalista que ela costumava ler. Ficou um gosto azedo na boca.

14.1.07

...

Diz o dito: quem tem padrinho não morre pagão.

Redigo: quem tem amigos não morre de inanição.

13.1.07

Fala, xará!

"Complexo de Épico" (fragmento)

Todo compositor brasileiro é um complexado.
Por que então essa mania danada,
Essa preocupação de falar tão sério,
De parecer tão sério
De ser tão sério
De se sorrir tão sério
De se chorar tão sério
De brincar tão sério
De amar tão sério?
Ai, meu Deus do céu,
Vai ser sério assim no inferno!

[ Tom Zé - Álbum: Todos os olhos ]

12.1.07

E agora, Sêo Zé?

CD - Lutar com palavras é a luta mais vã.

SZ - É por isso que só faço brincar com as palavras,
que faço delas minhas companheiras para tornar mais
doceleve essa minhatuanossa insossa viagem pelo mundocão.

10.1.07

Despejei a última pá de cal sobre os restos de 2006. Fica comigo um embrulho. Sei exatamente o que seja, porque nem tudo merece ser enterrado. Carrego comigo o que me parece importante, o que me fará seguir adiante.

Olho pela última vez para o que fica enterrado - e olho com carinho. Ainda que não queira carregá-los comigo, os acontecimentos desagradáveis de 2006 contribuíram para que eu me transformasse no que sou hoje.

Finalmente, penso no calendário sobre a mesa. Sei que lá estão doze meses em que tudo pode acontecer. Respiro fundo, fito 2007 e disparo:

- E agora, é nóis!

8.1.07

Volto já!

Enquanto isso, uma passadinha rápida só pra fazer um registro. Ontem o "Fantástico" (não deveria se chamar "Sensacional"?) apresentou uma matéria especial sobre aquecimento global. Serão apresentadas outras matérias nos próximos domingos sobre o mesmo tema. Não sei até que ponto aplica-se a retórica das paixões. Em todo caso...

Ainda ontem, na Folha de São Paulo, Bresser-Pereira, 72, escreveu sobre esperança e alarmismo. Se entendi bem o que li, Bresser-Pereira acredita que o problema do aquecimento global é uma ameaça real, mas não é tão gave assim e tem solução. Tá legal, então! Se ele, que tem mais que o dobro da minha idade, pensa assim, vou dizer o quê? Vou é fazer piada da minha desgraça, pois corro o sério risco de viver até 2050 pra ver.

Tá meio confuso, né não?

Enfim, toda essa conversa mole, esse blá-blá-blá sem começo-meio-fim, esse discurso inconcluso, pra poder dizer que, em termos de aquecimento global, nunca antes nesse país (como diria o presidente) uma gíria do funk carioca fez tanto sentido:
2007 vai ser chapa-quente!