31.5.10

Fim de partida

Essas criaturas não têm nada de fantásticas. Estão por todos os lados, pior que formiga. Cobras e lagartos, alguns escorpiões também. Pareciam hologramas, estavam ali entre tantos. Langó não foi à feira. Tudo bem, eu tampouco pude ir. Fui ao estádio com a barriga vazia, não tive tempo de almoçar. Aquelas criaturas estavam lá, formavam uma nuvem sobre o estádio. A maior parte delas sobrevoava a cabeça do juiz. A fumaça no tobogã só fez aumentar minha fome. No final do primeiro tempo Langó apareceu na saída do túnel do vestiário do Corinthians e acenou pra mim. Não sei como pude ouvir sua voz no meio de tanto barulho. Disse que o melhor estava por vir e que era uma tarde de muita sorte. Realmente parecia, pois não estava chovendo como ouvi na previsão do tempo, o Timão ganhava de 1x0 e não fazia frio. Durante o intervalo passou um tiozinho vendendo cachorro-quente. Comi logo dois porque a fome estava me deixando estranho. Uma parte do estádio estava verde, outra vermelha, azul e amarela. Onde? Não, não sei. Próximo jogo? Talvez, vamos ver. Som de apito. Gol? De quem? Langó estava do meu lado. Vai vendo: um, dois, três, quatro. O que foi isso? Não pescou? Ele tinha sumido. Fim de partida.

palavrório

Palabras no me faltan
pues que a mí me gustan
y a mí me buscan aunque
yo no sepa muy bien
que hacer con ellas
pero no pasa nada:
ellas tampoco saben
que hacer conmigo.

30.5.10

domingo de sol

domingo de sonho com a "surf trip" por vir
e flerte com a memória dos meses de bodysurfing
longe das preocupações da vida ordinária.

Mais um vídeo da Rip Curl alimentando sonhos...
A qualidade não está das melhores, mas tá valendo.


29.5.10

Langó


Quase todos os dias ele aparece no corredor. Abro a porta e ele está esperando por mim, certo de que vou alimentá-lo. Quando não está, vejo gotas de sangue no chão e acabo ficando preocupado. Não é todo dia que um elefante multicolorido aparece no quintal da sua casa, não é verdade? Multicolorido porque ele, que no início era branco, começou a ficar meio rosado. Uns dias está vermelho, às vezes verde, marrom. Ontem mesmo ele estava azul. Faz três semanas que a gente deu pra conversar. Quer dizer, ele é que anda falando um monte. Dedico algumas horas do meu dia a ouvir o que ele quer me contar. Cada história! Outro dia foi engraçado: estava roxo, parecia asfixiado. De repente começou a falar e parecia que nunca mais ia parar. Contou cada história cabeluda... Nesse dia, à medida que falava, ia mudando de cor. Depois de duas horas e meia estava branco e cansado. Acabou dormindo ali no corredor. Fui trabalhar e quando voltei ele tinha ido embora. Quando abri a porta encontrei um bilhete. Dizia que voltaria em breve, que não tardaria. Foram quatro dias de ausência. Acho que já estou acostumado com sua presença. Combinamos de ir à feira amanhã e depois ir direto para o Pacaembu assistir Corinthians x Santos. Não sei se ele vai aparecer. A zebra já disse que não vai porque neste jogo não há favorito. Ah! Disse que se chamava Langhorne, mas não fez muita diferença pra mim. Eu o chamo de Langó. Amanhã vamos ao estádio.

28.5.10

l'art chez les fous

Je voyage pour connaitre ma geographie.
Marcel Réja

27.5.10

coerência, contradição ou o quê?

simplesmente humano
.

violando leminski

isso de ser exatamente
aquilo que a gente é
ainda vai nos levar
a entender o quanto
somos insignificantes.

contradições n°5

totalmente contrário à academia,
vai se apresentar no congresso internacional.

contradições n°4

"Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á..."

mundo animal - repescagem

ursus arctos                                                       sula leucogaster                                             naja ashei

26.5.10

contradições n°3

Faça o que eu digo,
não faça o que eu faço!

contradições n°2

por que a estação consolação fica na avenida paulista
e a estação paulista fica na rua da consolação?

contradições n°1

.

25.5.10

orgulho

Tive grata surpresa hoje ao encontrar o Rogério na faculdade
não só por revê-lo, mas porque ele me contou que acabou de
entrar no mestrado. Não, não me surpreende que ele tenha
entrado no mestrado. Fiquei surpreso porque há muito não
o via e não imaginava que ele já estava participando do
processo seletivo. Fiquei muito feliz porque conheço um
pouco da história dele e sei que nunca foi fácil consquistar
o espaço que ele tem conquistado: noites em claro, disposição,
desejo de crescer como ser humano, muitas horas sem dormir e
ainda assistir às aulas da graduação e da lincenciatura depois de se
ralar todo no trabalho. Enfim, quero deixar aqui o registro da minha
admiração e do respeito que sempre permeou nossa convivência no
cotidiano da faculdade e o meu orgulho em tê-lo como amigo. Parabéns!

24.5.10

turdus rufiventris

marisa canta caetano





velha guarda da portela canta Alvarenga



chico buarque e tom jobim

23.5.10

panthera tigris

(edição revista e ampliada)








Bustrófedon siempre andaba cazando palabras en los diccionarios (sus safaris semánticos) cuando se perdía de vista y se encerraba con un diccionario, cualquiera, en su cuarto, comiendo con él en la mesa yendo con él al baño, durmiendo con él al lado, cabalgando días enteros sobre el lomo de un (mata) burro, que eran los únicos libros que leía u decía, le decía a Silvestre, que eran mejor que los sueños, mejor que las imaginaciones eróticas, mejor que el cine.



22.5.10

bob marley

finalizando esta série...

caetano

faz tempo, mano...

leone

21.5.10

gran finale



esse som é muito, muito, muito bom!!!

sorry, bob!



"I'm just a buffalo soldier in the heart of America"
Bob Marley

babulus bubalis

18.5.10

você viu?

Algumas coisas são visíveis somente porque alguém quis assim.
Há coisas que o fotógrafo guarda pra si;
há outras que ele prefere revelar.
Eu mostro aqui o que vi.
O que será que ele viu?


















Santa Cruz de la Sierra, 15/05/2010.


trecho do filme "Feral Kingdom", feito por Sonny Miller para a Rip Curl.
destaque para "searching", som do Pennywise, e para a fechadeira
que Tom Curren encara em Backdoor.
recorte: zeh.

12.5.10

10.5.10

odeio segunda-feira!

Nina Simone dá uma força pra começar a semana:

9.5.10

cais

milton nascimento


"Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
(...)
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar"



ph: zeh

maybe

yeah, maybe
i'm almost there
in the meanwhile

7.5.10

potência

é mais um dia que se levanta


e leva as luzes dos postes
de volta pra dentro dos cabos





e encanta porque a vida 
parece prestes a explodir



HC n°3

Te quero
verdade
nua e crua.
Crua não, nua,
ao ponto.

insomnia

afinal, o que foi isso?

Show de goleiros ou show de horror?
Dez pênaltis cobrados e apenas 3 gols marcados!!!
O Atlético-GO venceu por 1x0 no tempo normal
e por 2x1 nos pênaltis. Só acreditei depois que assisti...

6.5.10

oops, autorretrato? jajajajaja!!!

Morrer na praia (reloaded)

outro episódio da série: o que perde, ganha.

Porque assim quiseram os deuses do futebol.
Teve início na quarta-feira passada a série de resultados
em que os times que venceram não atingiram seus objetivos
por terem perdido a primeira partida.
A primeira vítima, infelizmente, foi o Barcelona - que
não passou para a final por insistir naquela bola
pingada na área durante toda a partida.
Quando resolveram cair pra dentro
da defesa adversária já era tarde.
Sobre as demais, me furto a comentar dois dos
quatro resultados. Só faço constar que:
o Santo André merecia a vitória, mas
o campeonato foi do Santos pela campanha e,
entre outras, pela atuação do P.H. Ganso.
Já o Timão... Fez o que pode, o Timão.
O primeiro tempo foi indiscutivelmente
dominado pelo alvinegro, mas precisava mais.
Tivesse saído para o intervalo com 3x0, ok!
Só que realmente o Mengão voltou
jogando bola no segundo tempo.
Não foi fácil, foi tenso pra caramba,
há muito não torcia desse jeito.
Valeu o aperto no peito!

5.5.10

no sé, nonsense (pt.5)

La vida empezaba a seguir su curso, digamos, natural. Ya no estaba el sol, el cielo se hizo gris. Cruzaba las calles tranquilamente por la tarde cuando un rayo desató el aire dibujando cicatrices con olor a quemado dejando ojos algo nubosos, mojados como la tarde, atónitos ante la perfección: había un árbol en el medio del camino, en el medio del camino había un árbol. Al abuelo le iba a encantar la visión: la madera húmeda tendida en la calle, volutas de humo a su alrededor. Sonaron bocinas, los ojos no pudieron huir, el alma ya no estaba, pero los pies volaron hacia el café. Porque la vida es irritantemente previsible, me senté cerca de dios. Qué onda? Qué onda qué? Qué hacés? Camino. Café? Doble. Puro? Sí. Me contaron que vas a viajar. Verdad? Recibí un mensaje ayer. Cómo? Me escribió el papa. Se ha muerto hace mucho, dejá de joder. Ya, no te voy a molestar más. Gracias. Pero estás seguro de que te vas? Qué te importa? Puede que no encuentres lo que buscas. Y qué? Puedes arrepentirte. De un encuentro con la vida, o con la muerte? Pero en serio. No pasa nada. Seguro? La pantalla es casi un museo, sabés? Por? La naturaleza ahí está muerta, whether you tweet or shout, nadie la puede resucitar. De acuerdo. Pues, claro, llenar de colores las casas, intentar llenar los pulmones, probar el té, sea, no sé, lo que sea, quiero estar allá nomás. Entiendo. No, no, no puedes entender. Pero... Basta: si fueras dios sabrías que las pantallas de 16 millones de colores no son capaces de ofrecernos el olor de las flores.