29.3.10

31


Não importa
quanto tempo passou.

Não importa
qunto falta pra chegar lá.

Aos 13, 31, 33, 71...
Sempre haverá
uma luz no fim do túnel.

21.3.10

O que, afinal, é Fantástico?

"De casualidad", assisti ao início do programa que, salvo engano,
se define como "a sua revista eletrônica semanal".

Fiquei me perguntando: o que levou sei-lá-quem a escolher
uma reportagem como a dos assaltos aos coletivos
nas grandes cidades Brasil afora justamente para
abrir o programa exatamente como um editorial
e, dentro da mesma reportagem, exibir uma
entrevista com dois menores acusados
de cometer tal crime?

Não parou por aí. Pouco tempo depois, foi exibida
uma reportagem sobre um menor que, aos 12 anos,
pode ser condenado à prisão perpétua nos EUA.

Enfim, nada é gratuito.

20.3.10

pior seria se pior fosse

para Falcão - o brega, é claro!

Se a máquina de escrever soubesse
do que deixo de fazer para
impedi-la de sofrer...
Agradeceria imensamente
pelas poucas bobagens que me escapam
das pontas dos dedos quando não consigo.

15.3.10

Pois é...

Cinza. É esta a cor dos dias absurdos
em que abusos e outras barbaridades
são perpetrados pelos tresloucados,
desequilibrados e outros -ados.

Mofo. Há tempos que não fumo
e continuo sin ganas de hacerlo.
Dónde está mi cuchillo de acero?
Descobri com Cabral
otra forma de escribir:
*
"Marianne Moore, em vez de lápis,
emprega quando escreve
instrumento cortante:
bisturi, simples canivete.

Ela aprendeu que o lado claro
das coisas é o anverso
e por isso as disseca:
para ler textos mais corretos"

Rasgaria minha carne
se, assim, possível fosse
livrar a humanidade
desse fosso.
Desse fosso, não!
Dessa fossa!

* O SIM CONTRA O SIM, João Cabral de Melo Neto.

13.3.10

Inimitável. Sem mais.


Artista, eu?

http://www.youtube.com/watch?v=LcjW2kVcpvE

Quando essas forças que nos atravessam resolvem
disputar o cavalo, sai de baixo...

Como dizem por aí:
ê, vida de artista...

Ou, como deveria ser sempre:
"Êta, vida besta!"

10.3.10

quisera eu

Quisera eu ser quiropraxista!
Mandava pra longe tuas dores no pescoço,
cabeça, coluna lombar, tua tensão muscular.
Que Zé era eu no século passado,
revoltando os cordões dos sapatos,
decidindo que nasceu pra ser artista?
Só podia mesmo dar errado!
Até porque nesses dias, tome nota:
quem é que diz "quisera eu"?
Quem é que ainda diz: tome nota?!!!

7.3.10

Faaala, Nelson Rodrigues!

Eis o que eu gostaria de observar, a título de ilustração: - as lagostas são, em nossa experiência, como que as lagostas do Sartre. O sujeito que diz "eu te amo" fala de um sentimento que não tem a uma pessoa que não existe. Pode parecer exagero. Nem tanto, nem tanto. Retocamos e acrescentamos tanto ao ser amado, e o recriamos tantas vezes, que ele se torna a mais absurda e irreal das lagostas. O nosso "muito prazer" refere um sentimento que também não existe. E, no entanto, o que chamamos de "vida real" é tecido de "muito prazer", "bom dia", "te amo" e, pois, de frenéticas irrealidades.

História de Lagostas. (O Globo, 19/01/1968)

5.3.10

Johny Alf (19/05/29 - 04/03/2010)

Ah! se a juventude que esta brisa canta
Ficasse aqui comigo mais um pouco
Eu poderia esquecer a dor
De ser tão só prá ser um sonho
Dai então quem sabe alguém chegasse
Buscando um sonho em forma de desejo
Felicidade então pra nós seria
E , depois que a tarde nos trouxesse a lua
Se o amor chegasse eu não resistiria
E a madrugada acalentaria a nossa paz
Fica, oh brisa fica pois talvez quem sabe
O inesperado faça uma surpresa
E traga alguém que queira te escutar
E junto a mim queira ficar

1.3.10

Nos vemos...

É verdade que não pude conhecê-los pessoalmente.

Deixaram de si imagens que me agradam.
José Mindlin com seus livros,
Walter Alfaiate com seus ternos e sambas.
Gente que deixa este mundo –
e a sensação de que
malandros* como eles
estão mesmo em extinção.
No link, o sambista Alfaiate em ação.
http://www.youtube.com/watch?v=EX-pmzpgYWg

* Cada macaco no seu galho, cada um
com seu conceito de malandragem...