15.8.10

clarice, conhece o mário?

Quando a gente pensa que não... Sim, lá vem ela e nos acerta com uma boa bofetada!
A ignorância é uma moedinha que dispensa pedigree, cabe em qualquer bolso.
Eu, como um Zé qualquer, Zé-das-couves que sou, lembrei que nada sei.
Primeiro foi na hora de escrever. Pensei em disfarçar minha total falta
de habilidade para piadas ou de senso de humor refinado
dando para este post o título do filme que assisti ontem: whatever works.
Claro que poderia funcionar, mas minha mediocridade
falou tão mais alto que resolvi deixar como título a piadinha idiota.
Como toda moeda que conheço costuma ter dois lados, a ignorância
que me toca é, infelizmente, a que me faz querer aprender mais e mais
para um dia, finalmente, esquecer de tudo e ser esquecido por todos.
Juro que um dia tive a ilusão de saber o significado da palavra ironia.
Não sei se foi isso que apresentou o trecho de um conto à poesia.

"Mas ambos haviam nascido com a palavra poesia já publicada com o maior despudor nos suplementos de domingo dos jornais. Poesia era a palavra dos mais velhos. E a desconfiança de ambos era enorme, como de bichos. Em quem o instinto avisa: que um dia serão caçados. Eles já tinham sido por demais enganados para poderem agora acreditar."

"Te propongo construir
un nuevo canal
sin eclusas
ni excusas
que comunique por fin
tu mirada
atlántica
con mi natural
pacífico"

Um comentário:

zeh disse...

trecho do conto "A mensagem", de Clarice Lispector, seguido do poema "Nuevo canal interoceánico", de Mario Benedetti.