11.9.06

Preciso escrever sobre isso!

Interrompo uma vez mais a transcrição das minhas loucuras para contar uma experiência muito gostosa que tive na noite de ontem. Estive no Sesc Pinheiros para assistir a um dos melhores shows da minha vida. O negócio foi mais ou menos assim:

Jards Macalé - Luiz Melodia - Lanny Gordin - Orquídeas do Brasil

Todos esses talentos reunidos no mesmo palco. Queria muito que outras pessoas estivessem presentes, amigos, parentes. Apesar disso, a presença talvez não fosse questão - uma amiga assistiu ao show pela terceira vez e certamente teve uma experiência diferente. Eu queria apenas dividir a mesma emoção, só isso. Emoção de ver/ouvir músicas/canções que, até então, só conhecia através dos discos. Ouvir ao vivo versos do tipo:

"na sala numa fruteira / a natureza está morta / laranjas, maçãs e pêras / bananas, figos de cera / decoram a noite torta / sob a janela do quarto / a cama dorme vazia / encaro nosso retrato / sorrindo sobre o criado / no meio da noite fria / está pingando o chuveiro / que banho mais apressado / molhado caíste fora / no espelho minh'alma chora / lá fora está tão gelado / sozinha nesta cozinha / em pé eu tomo um café / na pia a louça suja / me lembra da roupa suja / no tanque que a vida é"
(Noite Torta - Itamar Assumpção)

"Silêncio, por favor, enquanto esqueço um pouco a dor do peito
Não diga nada sobre meus defeitos
Eu já nem lembro mais quem me deixou assim
Hoje eu quero apenas uma pausa de mil compassos
Para ver as meninas e nada mais nos braços
Só esse amor assim descontraído
Quem sabe de tudo não fale
Quem sabe nada se cale
Se for preciso eu repito
Porque hoje eu vou fazer
A meu jeito eu vou fazer
Um samba sobre o infinito."
[ Para ver as meninas - Jards Macalé (Composição: Paulinho da Viola) ]

"Tente passar pelo que estou passando
Tente apagar este teu novo engano
Tente me amar pois estou te amando
Baby, te amo, bem sei que te amo
Tente usar a roupa que estou usando
Tente esquecer em que ano estamos
Arranje algum sangue, escreva num pano
Pérola Negra, te amo, te amo
Rasgue a camisa, enxugue meu pranto
Como prova de amor mostre teu novo canto
Escreva num quadro em palavras gigantes
Pérola Negra, te amo, te amo
Tente entender tudo mais sobre o sexo
Peça meu livro querendo eu te empresto
Se intere da coisa sem haver engano
Baby te amo, nem sei se te amo"
(Pérola Negra - Luiz Melodia)


Quem tiver ouvidos para ouvir, que ouça!

Aproveitando a viagem e atendendo a um pedido da amiga Thais Polimeni, vou escrever seis coisas sobre mim. Não pretendo fazer isso novamente por aqui. Busquei palavras próprias, mas sempre apelo para palavras de outras pessoas. Acho positivo até certo ponto porque é através da relação com as outras pessoas que nos tornamos o que somos - e sempre nos transformamos.

Lá vai:
- Sou apenas um rapaz latino-americano devendo no banco;
- Louco por discos e livros;
- Sujeito a chuvas e trovoadas;
- Cheio de dúvidas, é verdade;
- Como todo ser humano, cheio de vontades;
- Mas que escreve por sentir tal necessidade.

Tenho dito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Maurício, me diga: quem foi que tirou o amor da bandeira do brasil???