29.7.10

OLHO DE PEIXE

Lenine
permanentemente preso ao presente
o homem na redoma de vidro
em raros instantes
alívio e deleite
ele descobre o véu
que esconde o desconhecido.
é como uma tomada a distância
numa grande angular
é como se nunca tivesse existido dúvida.
evidentemente a mente é como um baú
o homem é quem decide
o que nele guardar,
mas a razão prevalece
impõe seus limites
e ele permite esquecer de lembrar
é como se passasse a vida inteira
eternizando a miragem
é como o capuz negro
que cega o falcão selvagem.
se na cabeça do homem tem um porão
onde moram o instinto e a repressão
me diz aí
o que que tem no sótão?

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