31.5.10

Fim de partida

Essas criaturas não têm nada de fantásticas. Estão por todos os lados, pior que formiga. Cobras e lagartos, alguns escorpiões também. Pareciam hologramas, estavam ali entre tantos. Langó não foi à feira. Tudo bem, eu tampouco pude ir. Fui ao estádio com a barriga vazia, não tive tempo de almoçar. Aquelas criaturas estavam lá, formavam uma nuvem sobre o estádio. A maior parte delas sobrevoava a cabeça do juiz. A fumaça no tobogã só fez aumentar minha fome. No final do primeiro tempo Langó apareceu na saída do túnel do vestiário do Corinthians e acenou pra mim. Não sei como pude ouvir sua voz no meio de tanto barulho. Disse que o melhor estava por vir e que era uma tarde de muita sorte. Realmente parecia, pois não estava chovendo como ouvi na previsão do tempo, o Timão ganhava de 1x0 e não fazia frio. Durante o intervalo passou um tiozinho vendendo cachorro-quente. Comi logo dois porque a fome estava me deixando estranho. Uma parte do estádio estava verde, outra vermelha, azul e amarela. Onde? Não, não sei. Próximo jogo? Talvez, vamos ver. Som de apito. Gol? De quem? Langó estava do meu lado. Vai vendo: um, dois, três, quatro. O que foi isso? Não pescou? Ele tinha sumido. Fim de partida.

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