Angélica fazia jus ao nome, mas sofria.
Violentada pelo padrasto aos catorze anos,
fugiu de casa ainda grávida.
Angélica passou a viver no cruzamento
de duas grandes avenidas de São Paulo.
Acudida pelo Dr. Benedito, obstetra que passava
no momento em que se rompeu a bolsa,
deu à luz um menino – a quem
decidiu dar o nome Bento.
Parecia que Angélica havia encontrado
uma luz no fim do túnel,
mas ela voltou pro farol
e ali cresceu o menino Bento.
Eles sempre viveram dos trocados
que motoristas sacavam do fundo
de suas bolsas e porta-níqueis,
mas sempre com grande dificuldade.
Angélica não resistiu ao último inverno:
sucumbiu ao frio aos 33 anos.
Bento quase foi para o seminário aos
dezoito anos, mas teve medo da clausura
e de deixar a mãe sozinha na rua.
Depois que ela morreu, foi rezar na Sé
pedindo a Deus por ela, mas se perdeu.
Portando uma arma de brinquedo que
encontrou no meio do caminho,
tentou um assalto no primeiro farol
após a saída do túnel da Avenida 9 de julho.
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